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Enviada em: 08/10/2017

Negligente, irresponsável e descuidado, essas são algumas expressões que definem a atual situação de grande parte da população brasileira que, em virtude do hábito de consumir medicamentos por conta própria, ou com base na orientação de amigos e familiares, coloca sua vida em risco. Frente a isso, muito se tem discutido sobre a prática da automedicação no século XXI. Há aqueles que consideram esse hábito pouco preocupante, outros, no entanto, consideram essa prática, extremamente, prejudicial á saúde. Em uma análise aprofundada da situação, observa-se que a automedicação representa um mal para a população e, portanto, deve ser combatida.  Outrossim, há aqueles que não acreditam que a automedicação configura-se como um problema, pois consideram que essa prática, culturalmente difundida no Brasil, é inócua ao individuo, visto que em geral os remédios autoadministrados são de uso corriqueiro e indicados por familiares para tratar sintomas considerados simples. Entretanto, há de se considerar os perigos decorrentes de tal prática, visto que, segundo dados publicados pela Secretaria de Saúde, cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente devido a automedicação, uma vez que fazem uso de remédios sem ter noção do seu real quadro sintomático e por desconhecerem os efeitos e alvos farmacológicos dos medicamentos. Prova disso é o elevado número de mortes, no verão, decorrentes de  quadros de dengue hemorrágica que foram tratadas, sem orientação médica, com afinadores de sangue como, o AAS.   Além disso, vale destacar o impacto à saúde pública decorrente principalmente da autoadministração de antibióticos, obtidos através de doações de familiares, ou adquiridos de forma irregular em farmácias, que são utilizados seguindo uma posologia inadequada e somente até a melhoria dos sintomas, favorecendo a seleção de linhagens bacterianas resistentes. Em virtude dessa conduta, há a formação de super bactérias, que representam um problema à saúde coletiva por não responderem ao tratamento antibacteriano padrão, reduzindo assim, a disponibilidade de antibióticos capazes de combater as diversas doenças bacterianas.  Torna-se evidente, portanto, que a automedicação representa um mal para o indivíduo e para a coletividade e deve ser combatida. Cabe a Mídia, por meio de propagandas e peças publicitárias, ressaltar os perigos associados a essa pratica e a importância de buscar orientação médica. Compete às ONGs, voltadas para a área da saúde, realizarem programas sociais com a participação de médicos e farmacêuticos  para alertarem sobre os riscos envolvidos na autoadministração de medicamentos, visando coibir tal prática. Além disso, compete a ANVISA, aumentar a fiscalização sobre a dispensação de antibióticos, dificultando assim, a compra irregular desses medicamentos.