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Enviada em: 06/10/2017

Não é difícil de imaginar esta cena: ao sentir uma leve dor de cabeça, um indivíduo se automedica e, após ingerir um analgésico, segue seu dia normalmente. Apesar de ser uma imagem do cotidiano, por trás desse comportamento se encontra um assunto nada prosaico, o qual é objeto de discussão na medicina: a automedicação. Nessa acepção, é válido analisar as vantagens e as desvantagens dessa atitude, com o fito de tentar se chegar a um consenso acerca do que deve ser feito.      Primeiramente, cabe dizer que a automedicação pode fornecer benefícios não só ao paciente mas, tambem, ao sistema de Saúde como um todo. A esse respeito, Anthony Wong, médico pediatra, disse que em casos simples, como leves cólicas abdominais, a medicação sem o acompanhamento de um profissional da saúde é capaz de supressar os sintomas até que o problema seja resolvido pelo próprio sistema imunológico. Dessa forma, ao não marcar uma consulta médica ou dirigir-se a um hospital em virtude de um sintoma simples, o paciente pode resolver o problema de forma conveniente, desde que a medicação seja feita de forma responsável.      Em contrapartida, a Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas aponta que, somente no Brasil, a automedicação é causa de 20 mil mortes anuais. No concernente a isso, Sócrates ja dizia que a ignorância leva ao erro; seguindo o raciocínio do filósofo, o desconhecimento acerca das dosagens corretas e a automedicação em casos mais graves têm o potencial de causar danos irreversíveis. Sob esse prisma, fica claro que a conveniência da automedicação não se sobrepõe ao potencial danoso que ela possui, logo, é imprescindível que se difunda na sociedade os conhecimentos acerca dos riscos desse comportamento, visando o bem-estar social.      Urge, portanto, que medidas sejam tomadas, a fim de se promover a difusão do conhecimento supracitada. Para esse fim, cabe ao Ministério da Educação aperfeiçoar os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, o que deve ser feito por meio da inclusão da matéria de saúde básica nas escolas, dentro da qual será estudada os efeitos danosos da automedicação, desestimulado esse comportamento já antes da vida adulta. Ademais, é dever das redes televisivas, com o apoio do Ministério da Saúde, levar à população, por intermédio de propagandas, recomendações de profissionais da saúde  para que se interompa a prática em questão, enfatizando o valor da saúde em detrimento da eventual conveniência. Somente assim, poder-se-á alcançar um maior bem-estar social no Brasil, ao evitar inúmeras mortes anualmete.