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Enviada em: 09/10/2017

Os medicamentos são conquistas históricas da ciência que foram criadas com intuito de curar ou aliviar os sintomas de alguma doença. Hoje, no entanto, a automedicação se mostra um problema latente no Brasil que é responsável por diversas complicações. Cabe analisar, portanto, quais motivações têm levado ao crescimento dessa conduta.   Em um primeiro momento, ressalta-se o papel do precário sistema de saúde. A agitação e o estresse dos centros urbanos se contrapõem à lentidão dos atendimentos médicos públicos. Com efeito, a população mais carente se sente desestimulada a buscar um tratamento adequado e acaba optando por se automedicar, como atesta a espera de meses para uma simples consulta médica. Dessa forma, revitalizar a saúde pública pode facilitar o acesso e evitar a prática.   Outro ponto a ser considerado é a importância da internet à questão. Apesar de grande parte das informações estarem disponíveis online saber relacioná-las e trabalha-las é algo que exige conhecimento o qual só pode ser adquirido com o tempo de estudo. A ausência dessa percepção é conhecida como efeito de Dunning-Kruger, o qual tem se mostrado cada vez mais perceptível quando pacientes se automedicam na crença de que sabem mais que o profissional da área de saúde. Desse modo, uma ilusão de competência promove essas atitudes.   Torna-se evidente, dessarte, que o somatório de uma saúde pública precária com a ilusão de conhecimento gerada pela internet culmina na automedicação. Para reverter tal problemática, o Ministério da Saúde, enquanto órgão competente, deveria ampliar e revitalizar, por meio da realocação de recursos, pois têm se mostrado insuficientes, os postos de saúde de atendimento geral, para que seja garantido o acesso a todos. Ademais, cabe a mídia, na função de formadora de opinião, levantar o debate, na forma de ficção engajada ou reportagem, sobre a questão do uso de indiscriminado de medicamentos, expondo as consequências dessa prática, para que as pessoas propaguem o uso correto como valor.