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Enviada em: 14/10/2017

No Brasil, existe a cultura de se automedicar, esse hábito teve origem no período colonial, pois, nessa época, a saúde da população ficava por conta dos boticários, que prescreviam receitas médicas sem possuir nenhuma formação acadêmica. Desde então, ainda é comum muitos brasileiros sem prescrição médica, dirigem-se às farmácias e à internet na busca por medicamento, a fim de tratar um mal-estar. Contudo, essa prática imprudente gera sérios prejuízos à saúde, como mortes devido à intoxicação e à seletividade de superbactérias.    Em primeiro lugar, cabe destacar que o uso de medicamentos sem prescrição médica é considerado um problema de saúde pública no Brasil. Nesse sentido, de acordo com dados, apresentados em 2015, pela Associação Brasileira das Indústrias Brasileiras, todo ano, por volta de 20 mil pessoas morrem, no país, devido à automedicação. Ademais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% das internações são ocasionadas por consumo de remédios sem prescrição médica. Esses fatos acontecem porque a mídia incentiva essa prática irresponsável, visto que, na televisão, há propagandas massivas de fármacos.    Por outro lado, embora a venda de certos tipos de medicamentos sem receituário seja proibida, no país, ela ocorre de forma facilitada, devido à falta de fiscalização. Aliás, o uso da internet, também potencializa essa ação, pois, muitas pessoas usam sites de pesquisas, para saber qual remédio tomar, de acordo com os sintomas apresentados. Isso ocorre, devido à comodidade, pois segundo uma pesquisa, realizada em 2016, pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 40% dos brasileiros que se automedicam buscavam diagnósticos online. Todavia, vale ressaltar que o uso inadequado de remédios, especificamente de antibiótico, auxiliou o surgimento das superbactérias, que se tornaram resistentes a esse fármaco, limitando as formas de tratamento e gerando muitos óbitos.     Fica evidente, portanto, a necessidade de haver medidas para combater esse problema. Logo, cabe às escolas instruir os jovens sobre o consumo racional de remédios, por intermédio de materiais didáticos, como jogos que alertam sobre os prejuízos da automedicação. De igual maneira, o Ministério Público precisa estimular o pensamento crítico na mídia, por meio do financiamento de propagandas na televisão, a fim de refutar o consumo de medicamentos sem receita médica. Além disso, esse agente deve, também, controlar o excesso de comerciais que induzem o consumo de remédios. Ademais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), deve aumentar a fiscalização, em todo território nacional, das farmácias e drogarias que vendem remédios sem receitas, por meio da aplicação penalidades mais severas.