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Enviada em: 17/10/2017

Você tem aquele remédio?        A visão de idosos visitando com frequência os balcões das drogarias, para comprar remédios ao gosto do próprio desejo, não é assim frequente quanto parece. Pelo menos no Brasil, no qual os maiores simpatizantes da automedicação são, na realidade, os jovens. De acordo com o Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade, 90,1% das pessoas, entre os 16 e os 24 anos, costumam comprar remédios sem qualquer orientação médica. Em vista disso, por que essa prática é tão comum entre os mais novos?     Em primeiro lugar, o principal motivo da automedicação está relacionado ao aspecto cultural. Segundo a revista Terra, a questão cultural da automedicação do brasileiro é constatada pela Organização Mundial de Saúde. Nesse sentido, os jovens acreditam que um determinado medicamento pode ser adequado a qualquer indivíduo. Logo, tentam solucionar os problemas de saúde habituais tomando por base a opinião do amigo mais próximo. Além do mais, por pensarem que esses medicamentos são sempre inofensivos, alguns podem levar a um estado patológico do usuário. Assim, tomam remédio por conta própria, sem a obrigação de visitar o médico para aliviar a dor rapidamente.       De acordo com o empreendedor estadunidense Henry Ford, se tivesse um único dólar, investiria em propaganda. Nesse viés, a outra causa desse problema é a propaganda desenfreada e massiva de  determinados fármacos que, muitas vezes, contrastam com as tímidas campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação. Além disso, como boa parte dos rendimentos da indústria farmacêutica é investido em propagandas, os meios de comunicação induzem a automedicação com a frase ''Ao persistirem os sintomas procure o seu médico'', uma vez que sugere ir ao médico apenas após fazer o uso do medicamento. Em virtude disso, influencia tanto a prescrição médica quanto a ingestão sem receita por conta própria.       Portanto, é essencial uma regulação na propaganda de medicamentos, permitindo-se o controle de responsáveis e impedindo-se ações irresponsáveis de muitas empresas. Faz-se necessário, então, fortalecer o elo entre o paciente e o farmacêutico por intermédio da orientação em relação a sua prescrição médica, bem como tirar dúvidas, para os jovens assimilarem todas as informações necessárias das consultas ambulatoriais ou das internações hospitalares. Ademais, cabe o Governo Federal elaborar uma campanha educacional através das mídias sociais, com a finalidade de fazer esses cidadãos usarem corretamente os medicamentos para reduzir o uso da publicidade comercial para isso. Assim, antes de persistirem os sintomas, essa juventude procurará um médico.