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Enviada em: 20/10/2017

Na Antiguidade, as doenças, vistas como possessões de demônios ou castigos divinos, eram tratadas com rituais religiosos e uso de ervas. A partir de uma melhor compreensão da natureza das enfermidades, surgiu a farmacologia e, com isso, o desenvolvimento de milhares de substâncias para tratar os doentes. Hoje, é fato que os medicamentos, quando usados adequadamente, contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nesse contexto, o Brasil enfrenta dificuldades para lidar com a automedicação, tão comum na atualidade. Dessa forma, convém analisar as causas e efeitos da problemática em questão.       Em primeiro lugar, é importante destacar que a automedicação é uma questão cultural do brasileiro, potencializada pela grande dificuldade de acesso a médicos no SUS e a pouca fiscalização sobre a venda de medicamentos em farmácias, tornando fácil  obtê-los, mesmo sem receita. Segundo o portal de notícias G1, o país é  campeão mundial em automedicação, sendo uma prática comum em 90% da população. A busca por uma solução rápida para problemas de saúde, aparentemente simples, como dores de cabeça, cólicas menstruais e resfriados, é a principal responsável pelo uso descontrolado de fármacos, muitas vezes, receitados por parentes e amigos. Além disso, o grande acesso a informações dessas drogas, na internet, gera a falsa sensação de conhecimento sobre seus usos.       Nesse sentido, vale destacar que a falta entendimento da população sobre as doenças, a ação dos fármacos e a interação que existe entre eles provoca grande parte dos problemas com a automedicação. Se por um lado enfermidades simples podem ser tratadas com medicamentos  de uso popular, sem prescrição médica, em muitos outros casos, o uso indiscriminado pode agravar a doença e dificultar o diagnóstico, além de comprometer o tratamento, provocar intoxicações e, até mesmo, o óbito. De acordo com a Associação Brasileira De Indústrias Farmacêuticas a automedicação provoca cerca de 20 mil mortes por ano no país.       Portanto, o uso indiscriminado de medicamentos no Brasil deve ser combatido por toda sociedade. Cabe à Anvisa, em parceria com as Secretarias de Vigilância Sanitária dos municípios, ampliar a fiscalização da venda de medicamentos em farmácias, com multas altas para os infratores, a fim de inibir o uso  indiscriminado. O Ministério da Saúde, em parceria com o setor midiático, deve promover campanhas para toda população, alertando sobre os perigos do uso de fármacos sem receita médica, com o fito de educar a população  e promover o uso consciente dessas drogas. Assim, o país caminhará rumo ao futuro com mais saúde e longevidade.