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Enviada em: 22/10/2017

Na Antiguidade, as doenças, vistas como possessões de demônios ou castigos divinos, eram tratadas com rituais religiosos e uso de ervas. A partir de uma melhor compreensão da natureza das enfermidades, surgiu a farmacologia e, com isso, o desenvolvimento de milhares de substâncias para tratar os doentes. Hoje, é fato que os medicamentos, quando usados adequadamente, contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nesse contexto, o Brasil enfrenta dificuldades para lidar com a automedicação, tão comum na atualidade. Dessa forma, convém analisar as causas e efeitos da problemática em questão.         Em primeiro lugar, é importante destacar que a automedicação é um comportamento cultural do brasileiro, potencializado pela grande dificuldade de acesso a médicos no SUS e a pouca fiscalização da venda de medicamentos em farmácias, tornando fácil obtê-los, mesmo sem receita. Segundo o  G1, o país é o campeão mundial  no uso de fármacos sem prescrição médica, sendo uma prática comum em 90% da população. A busca por uma solução rápida para problemas de saúde, aparentemente simples, como dores de cabeça, cólicas menstruais e resfriados, é a principal responsável pelo uso descontrolado de medicamentos, muitas vezes, receitados por parentes e amigos.          Nesse sentido, vale destacar que o fácil acesso a informações sobre fármacos, na internet, gera a sensação de conhecimento sobre seus usos. Entretanto, a falta de entendimento da população acerca das doenças, da ação dos remédios e da interação que existe entre eles, provoca grande parte dos problemas dessa prática. Se por um lado enfermidades simples podem ser solucionadas com medicamentos de uso popular, em muitos outros casos, o uso da droga inadequada pode dificultar o diagnóstico da doença e agravar o quadro, além de provocar intoxicações e, até mesmo, o óbito. De acordo com a Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas a automedicação provoca cerca de 20 mil mortes por ano no país.       Dessa forma, o uso indiscriminado de medicamentos é uma prática que deve ser combatida em uma sociedade que se pretende saudável. Portanto, cabe à Anvisa, em parceria com as Secretarias de Vigilância Sanitária, ampliar a fiscalização da venda de medicamentos em farmácias, com multas altas para os infratores, a fim de inibir o uso indiscriminado. O Ministério da Saúde, em parceria com o setor midiático, precisa promover campanhas para toda população, alertando sobre os perigos do uso de fármacos sem receita médica, com o fito de educar a população e promover o uso consciente dessas drogas. Assim, o país caminhará rumo ao futuro com mais saúde e longevidade.