Materiais:
Enviada em: 31/10/2017

Durante boa parte da história, o acesso a médicos e remédios era um privilégio aristocracia. Contudo, com o avanço da medicina e a implantação do SUS no Brasil, essa realidade se estendeu para as classes mais baixas. Entretanto, muitas pessoas se aproveitam da facilidade na compra de medicamentos para se automedicarem, prática essa que põe suas vidas em risco, mas que tem se tornado cada vez mais frequente.        Para analisar os riscos que envolvem a automedicação, é necessário ter em vista que todos os remédios possuem efeitos colaterais, ainda que tenham sido recomendados por um médico. Logo, o uso deles sem orientação de um profissional pode implicar em problemas ainda mais sérios, como a piora do caso clínico ou a "maquiagem" de uma doença mais graves. Segundo dados divulgados pela SINTOX, em 2003, 28% dos casos de intoxicação registrados foram desencadeados pela ingestão de medicamentos por conta própria. Dessa forma, fica claro que a automedicação representa um grande risco para a saúde de um indivíduo.           Ademais, é preciso analisar a precariedade do sistema de saúde pública. Embora o SUS tenha aproximado as pessoas pobres dos hospitais, clínicas e profissionais da área, o serviço oferecido é desanimador, haja vista a demora de meses para uma mera consulta. Nas situações de urgência e emergência, geralmente faltam medicamentos, leitos e até mesmo atendimento para o indivíduo. Nesse contexto, a população, já conhecedora da situação precária do sistema, prefere se automedicar, opção essa que aparenta ser mais eficaz.         Também entra em questão a facilidade de acesso a medicamentos. Ainda que, por proibição da ANVISA, as farmácias convencionais sejam rígidas na venda de antibióticos e tarja-preta, existem estabelecimentos clandestinos que os vendem sem nenhuma restrição, tornado acessível a automedicação.Isso acontece, pois, ainda que exista fiscalização na compra e venda desses produtos, ela não é feita de forma exigente, possibilitando as fraudes.       Portanto, a precariedade do sistema público de saúde e a facilidade de compra de medicamentos sem prescrição médica contribuem para a prática da automedicação, que pode ser tão prejudicial a ponto de intoxicar o indivíduo que opta por ela. Sendo assim, o Estado, em parceria com o Ministério da Saúde, deve investir mais na saúde pública, criando mais hospitais e disponibilizando mais medicamentos, visando maior e melhor atendimento da população. Simultaneamente, a Polícia Federal e a Anvisa devem fiscalizar a compra e venda de medicamentos de forma mais rígida, investigando e apreendendo as farmácias clandestinas, visando dificultar o acesso a medicamentos sem receita.