Materiais:
Enviada em: 13/03/2018

“Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado”. Essa frase, presente nos finais das propagandas de fármacos, reflete o hábito de muitos brasileiros: a automedicação. Todavia, é notório o retrocesso no regimento desses anúncios. Dessa forma, problemas de saúde têm sido frequentes em diversos grupos, com ênfase nos jovens. Diante disso, investigam-se fatores responsáveis pela situação, sobressaindo-se a percepção de remédios como mercadoria e a venda irregular de medicamentos.        A automedicação tornou-se uma prática bastante perigosa, em virtude de sua fácil execução. Consoante dados da OMS, os adolescentes representam 90,1% dos adeptos desse hábito. Assim, os jovens, caracterizados pelo comportamento imediatista, tendem a consultar sites de pesquisas em vez de procurar um especialista, respaldada pela ideia de que para tudo tem remédio. Aliado a isso, vê-se ainda uma carência de farmacêuticos na venda de tais substâncias, visto que, principalmente em cidades interioranas, não há exigência de receita, ocasionando problemas de saúde advindos do uso descomedido. Torna-se claro, nesse sentido, que essa vendagem carece de fiscalização.        Outrora, em 1920, criado por Monteiro Lobato, surgia o Jeca Tatu, personagem que vivia cansado e fora de forma, mas que ao usar o Biotônico Fontoura retomava sua saúde. Dito isso, nota-se, que as propagandas compreendem os mecanismos que a indústria farmacêutica tem utilizado para reproduzir a prática da automedicação. Entretanto, tal prática causa problemas como reações alérgicas, dependência química e mascara sintomas de doenças mais graves. De fato, o Ministério da Saúde registrou cerca de 60 mil casos de internações hospitalares devido ao uso irracional de medicamentos, nos últimos cinco anos. Situação estimulada pelos comerciais de fármacos que prometem sumir com a dor em um passe de mágica, transformando-os em verdadeiras mercadorias. Essa realidade aponta que não há regulamentação eficaz nesses anúncios, trazendo à tona a falta de participação da mídia, no que tange à imprudência e à conscientização.               Logo, para solucionar tais problemas, cabe ao MS regularizar a vendagem de medicamentos, por meio da atuação de um farmacêutico nessa venda, de modo que a população não fique sujeita a distúrbios de saúde piores. Ademais, as ONGs têm de promover palestras , auxiliadas por profissionais capacitados, em universidades e na internet a fim de educar sobre os males da automedicação e prevenir sua prática. Por fim, o CONAR deve regularizar as propagandas de remédios, informando de maneira clara, os problemas do uso irresponsável dessas substâncias e incentive a consulta em relação aos medicamentos. Destarte, antes de persistirem os sintomas, o médico será consultado.