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Enviada em: 31/03/2018

Segundo Paracelso, médico e alquimista suíço, a diferença entre um remédio e um veneno está na dosagem. Nessa perspectiva, o uso de medicamentos sem a orientação de um profissional habilitado está relacionado a ocorrência de reações adversas e intoxicações, geralmente, danosas à saúde. Nesse contexto, há dois importantes fatores que devem ser levados em consideração para à redução da automedicação no Brasil, são eles: a cultura do uso irracional de medicamentos e a forte comercialização da saúde.             Em princípio, é importante ressaltar que o Brasil é recordista mundial em automedicação, segundo o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), setenta e dois por cento (72%) dos brasileiros se medicam por conta própria, dado que sinaliza a forte cultura nacional do uso irracional e indiscriminado de medicamentos. Além de cultural, este comportamento pode estar relacionado à dificuldade de acesso, da população,  a equipamentos de saúde e à informações técnicas de qualidade.       Outrossim, vale pontuar que atrelado a essa medicalização cultural  brasileira encontramos uma indústria farmacêutica que atua na comercialização da saúde, por meio de grandes investimentos em campanhas publicitárias que induzem à compra de remédios, fechando, com isso, um ciclo vicioso de compra, venda e utilização irracional de fármacos.        Dado o exposto, é salutar o combate à prática da automedicação no país, dessa forma, é necessário que o Ministério da Saúde (MS) atue na perspectiva da prevenção e combate à cultura do uso irracional de medicamentos. Assim, o MS deve incluir o tema na agenda anual do Programa Saúde na Escola, executado pela Atenção Primária, para, com isso, promover o debate, por meio de palestras e oficinas, garantindo a mudança de postura ainda na infância, assegurando, dessa maneira, adultos conscientes da necessidade de utilizar medicamentos de forma orientada e racional.