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Enviada em: 06/04/2018

Na série americana Pretty Little Liars, mostra em determinado episódio, a personagem Spencer utilizando medicamentos para potencializar sua inteligência, de modo que fica dependente e precisa de tratamento psiquiátrico. Assim, ao analisar a realidade percebe-se que o uso de remédios sem prescrição médica pode trazer diversas consequências. Por isso, é importante compreender como o hipercapitalismo e o déficit no sistema de saúde acarretam o quadro. Nessa perspectiva, dois aspectos fazem-se relevantes: a precariedade do sistema de saúde comunitária e a facilidade da aquisição de remédio sem prescrição profissional.           Stuart Mill, filósofo britânico, expôs sua máxima que dizia " sobre seu próprio corpo e mente, o indivíduo é soberano"; apesar de escrita no século XIX, a frase parece fazer sentido ainda hoje. Quando o panorama de crescimento da automedicação é analisado no Brasil, percebe-se que a soberania citada está sendo mal utilizada, já que embora comum, é uma prática altamente arriscada. É importante pontuar que, segundo a OMS, sessenta mil internações realizadas, têm como causa, o uso de remédios tarjados e de venda livre.      Ademais, apesar de serem extremamente perigosos, diversos medicamentos são adquiridos indiscriminadamente, sem que haja a necessidade de comprovação através da receita médica; lamentavelmente, dosagens irregulares, diagnósticos equivocados e intervalos de tempos desequilibrados podem ocasionar dependência química, formação de superbactérias, alergias e em complicações mais graves o óbito. Convém lembrar ainda que, há o incentivo ao consumo, corroborado por propagandas massivas farmacêuticas e indicações de amigos, familiares e pessoas sem especialização ou profissionalismo.        Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse.  Nessa perspectiva, para que a prática da automedicação possa diminuir no Brasil, mostra-se, portanto, necessária uma ação conjunta entre mídia e Estado. Para tanto, cabe à Secretaria de Comunicação Social, por meio de seu tempo de concessão gratuito nas mídias sociais, veicular campanhas publicitárias que orientem acerca dos riscos existentes no consumo de medicamentos sem acompanhamento médico, mostrando, também, os possíveis resultados dessa atividade na vida de um indivíduo. Ademais, é imprescindível que o Ministério da Saúde, por meio dos recursos destinados a esse setor, crie postos fiscais especializados no acolhimento de denúncias e na penalização das farmácias que contribuam com a automedicação. Assim, o número de intoxicações e dependentes devido a essa prática poderá diminuir significativamente.