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Enviada em: 27/04/2018

Não é raro encontrar, atualmente, comunidades de dependentes químicos como a Cracolândia. Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Brasil é o maior consumidor de crack do mundo, uma vez que 20% dos usuários são brasileiros. Nota-se, assim, que essa droga é uma realidade brasileira que, infelizmente, não se limita apenas à população da periferia, mas também aos da classe média e alta.      É primordial ressaltar, antes de tudo, que o grande objetivo do ser humano em vida é a felicidade. Para Aristóteles, ela corresponde à prática da virtude e da prudência, ou seja, é adquirida de forma racional. Em contrapartida, na sociedade capitalista, a satisfação só é encontrada mediante ao acúmulo de bens, logo, aqueles que não as conquistam, buscam formas mais barata, rápida e irracional como o uso de narcótico.      Outro fator importante é que a alta taxa de desemprego está diretamente relacionada ao tráfico, visto que essa é uma oportunidade de emprego com altos ganhos mensais. Diante disso, há a expansão da rede de distribuição dos pequenos traficantes e o enriquecimento dos donos do meio de produção da droga. Ademais, o número de usuários também é crescente, pois, o crack torna a pessoa dependente apenas no primeiro mês de uso, produzindo, assim, conforme Platão retrata na "Alegoria da Caverna", indivíduos alienados e agressivos para com aqueles que tentam ajudá-lo.     Deve-se abordar, ainda, que em uma época de incerteza, insegurança e superficialidade, a sociedade se enquadra no que o sociólogo Bauman chama de "Sociedade Líquida", porquanto, as transformações diárias não permitem que o indivíduo planeje a sua vida, dado que ele apenas se adapta às oportunidades de emprego que lhe são propostas, assim como um líquido se molda ao recipiente que está contido. Logo, as pessoas se apresentam com problemas neurológicos como depressão e síndrome do pânico, encontrando nas drogas uma solução para seus problemas.      Torna-se evidente, portanto, que a epidemia do crack é um problema social, cultural e econômico. Por conseguinte, faz-se necessário que o Ministério da Assistência Social em conjunto com o Ministério da Saúde e o Ministério da Indústria criem um projeto denominado "Erradicação do Crack", no qual será criado fábricas que produzam bens de acordo com a necessidade local, onde será contratado, preferencialmente, aqueles que são dependentes químicos a fim de propiciar a eles uma renda fixa mensal. Além disso, nesses locais haverá tratamento médico e psicológico com o objetivo de que eles deixem de usar a droga e ajudem no desenvolvimento do país.