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Enviada em: 27/04/2018

Tinha uma pedra de crack no meio do caminho         Ao refugiar-se, no Brasil, da Segunda Guerra Mundial, o escritor austríaco Stefan Zweig publicou, em 1941, o livro “Brasil: País do Futuro”. No entanto, o persistente problema do crack, causado tanto pela desestruturação familiar, quanto pelo fácil acesso à droga, não faz jus a essa premissa. Dessa forma, deve-se analisar os caminhos para combater essa epidemia no Brasil.       É notório que a desestruturação familiar é o principal responsável pela epidemia de crack no Brasil. Segundo o filósofo Platão, “o importante não é viver, mas viver bem”. Nesse contexto, a qualidade de vida tem tamanha importância que ultrapassa a da própria existência. Com isso, as pessoas em situação de vulnerabilidade, por fragilidades nos laços familiares imersos em falta de apoio dos pais, de educação e de afeto, tendem a buscar meios para fugir da sofrida realidade. Em consequência disso, é crescente a procura por essa droga como forma de escape à existência.       Outrossim, nota-se que o fácil acesso ao crack também é responsável pelo problema. Conforme dados da FIOCRUZ de 2012, estima-se que cerca de 35% dos usuários regulares de drogas ilícitas usam crack regularmente. Isso ocorre porque é uma droga de baixo custo, com fácil disponibilidade a todas as classes sociais, presente em todo o território brasileiro e causa, nos usuários, uma dependência forte e praticamente imediata. Consequentemente, tem-se um aumento considerável do tráfico, da marginalidade e da violência na sociedade.       Torna-se evidente, portanto, a necessidade de trilhar caminhos para combater a epidemia de crack no Brasil. Em razão disso, o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Saúde, deve aumentar o atendimento pelo SUS aos usuários de drogas, tanto no que concerne à internação voluntária quanto ao acompanhamento psicológico, a fim de tratar os dependentes. Ademais, os Conselhos Tutelares municipais, por meio da mídia e das redes sociais, devem divulgar campanhas, debates e palestras a respeito das causas e consequências do uso do crack, além de proporcionar atendimento psicológico aos pais e aos filhos com a finalidade de elucidar a importância dos laços familiares para evitar o contato com as drogas. Isto posto, poder-se-á aproximar o Brasil real do Brasil idealizado há quase oito décadas por Stefan Zweig.