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Enviada em: 30/04/2018

Devido à expansão e consolidação do uso do crack, além do desconforto presente na sociedade em relação ao usuário desta droga, a questão da epidemia de crack no Brasil se torna cada vez mais evidente, muitas vezes levando o Estado a adotar medidas imediatistas e pouco efetivas no combate à droga. Neste contexto, para descobrir os caminhos para combater esta epidemia no país, é necessário compreender a relação do dependente com a droga e com a sociedade.       Assim como com qualquer outra droga, muitas pessoas recorrem ao crack para fugir da realidade, adquirir uma nova experiência ou alterar sua consciência de alguma forma. Desse modo, o uso desta substância não tem necessariamente relação com o caráter ou classe econômica do indivíduo. Assim, a pessoa que acaba por viciar no crack deve ser visto como um doente, alguém dependente física e psicologicamente da droga, um ser humano que precisa de ajuda. Por este motivo, é preciso que existam clínicas, grupos e profissionais capacitados para lidar com este tipo de paciente.       Porém, a ajuda médica e psicológica oferecida ao usuário deve estar em conformidade com a vontade do dependente, ou seja, ele precisa desejar parar de consumir o crack, pois, uma vez forçado à internação, o indivíduo não exercita o autocontrole, muitas vezes voltando para as ruas e utilizando doses maiores que as usadas anteriormente. Por isso as medidas públicas de internação compulsória não são efetivas, servindo apenas para realizar uma "limpeza" nas cidades, que veem o usuário como um incômodo, um marginal.       Como resultado da visão que a sociedade tem do usuário do crack, este não consegue reinserir-se nela, dificultando ainda mais desvencilhar-se da droga e ter uma vida normal. Dessa forma, é imprescindível que o governo estimule a contratação de ex-dependentes pelas empresas privadas,em especial, por meio da isenção de alguns impostos. Também seria necessário ensinar aos alunos de escolas públicas e privadas os danos ocasionados pelo uso das drogas, bem como promover visitações às clinicas de reabilitação de usuários de crack, de forma que os jovens percebam a gravidade de ser dependente de drogas e, consequentemente, afastem-se delas.       Isto posto, verifica-se que o usuário, antes de sua posição moral ou social, é uma pessoa doente e, portanto, que merece ser amparado pela sociedade. Além disso, a epidemia de crack no Brasil será mitigada não somente pelos cuidados prestados à população usuária, mas também pela ação contínua de busca e apreensão de drogas realizada nas fronteiras. Dessa forma, conseguir-se-á diminuir drasticamente os efeitos nos indivíduos e na sociedade gerados pelo crack no país.