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Enviada em: 06/06/2018

A epidemia do uso de crack vai de encontro ao bem estar da sociedade. Essa droga causa uma constante usurpação de direitos sociais e promove muitas consequências negativas. Desse modo, a política de combate deve se basear em práticas pacíficas e não em maiores degradações da dignidade dos usuários.   O crack de caracteriza como a versão brasileira da “caixa de pandora", segundo a mitologia grega onde há todos os males. Esse entorpecente corrompe a dignidade e afeta psicologicamente os usuários, tornando-os agressivos e capazes de tudo para manter o vício. Além disso, grande parte dos usuários estão em situação de vulnerabilidade social, ou seja, são negros, sem escolaridade e emprego, e segundo a Fiocruz mais de 40% em situação de rua, o que leva à criminalidade para sustentar o vício. Dessa forma o crack corrompe os direitos humanos não só dos usuários, como também da sociedade em geral, logo, é urgente fechar a “caixa de pandora”, isto é, impedir a adesão à essa droga.   “Aqui tudo parece ainda construção e já é ruína”, esses versos de Caetano Veloso exprimem a ação brasileira quanto ao crack. É errôneo tratar a epidemia do crack com ações violentas como fez João Doria na limpeza da Cracolândia, pois apenas desloca o problema sem solucioná-lo. Dessa forma, é imprescindível a percepção do crack como um problema que afeta o desenvolvimento por afetar a saúde e a segurança. E a partir disso, oferecer tratamento de forma pacífica aos usuários, como fez a Alemanha pelo “Caminho de Frankfurt” e acabou com o seu maior ponto de uso de drogas.   A epidemia de crack deve ser tratada para assegurar o desenvolvimento do Brasil. Logo, o Estado pode agir na prevenção alertando sobre os danos, em propagandas, para não haver adesão à droga, e no tratamento custeando a reabilitação e disponibilidade de equipes para conversar e engajar os usuários no tratamento, com a oferta de cursos, vagas de emprego e adesão aos programas sociais já existentes após a reabilitação.