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Enviada em: 05/10/2018

Segundo o filósofo Jean Paul Sartre, somos integralmente responsáveis pelo nosso passado, presente e futuro, por isso, cabe ao homem enxergar os problemas sociais vividos e encontrar maneiras de soluciona-los. Tomando essa provocação como ponto de partida para a discussão de como enfrentar a epidemia do crack no Brasil, é preciso entender o que tem levado ao uso dessa droga, quais os impactos sociais causados pelo seu uso e o que deve ser feito para diminuir o consumo no país.    Em primeiro aspecto, é preciso pontuar que o crack não é mais uma droga de periferia. Esse contexto já é ultrapassado, visto que ela também já está inserida em meio a classe média e alta. Essa realidade está muito ligada às frágeis relações humanas que marcam o século XXI, século esse, designado pelo filósofo Bauman, por modernidade líquida, época de incertezas, insegurança, materialização das relações humanas e a transformação dos indivíduos em mercadorias. Dessa forma, entende-se que o uso do crack hoje, está associado muitas vezes, a uma fuga dos sentimentos de frustração ou exclusão social. Porém o crack não é uma droga recreativa, tem elevado grau de dependência e o individuo não consegue mais retornar a sociedade sozinho, por isso precisa de ajuda.       Outrossim, o crack deve ser encarado hoje pelas autoridades como um problema de saúde pública, uma vez que o usuário não tem controle sobre a droga e precisa de tratamento intensivo. Além disso, a dependência desencadeia outros problemas para o sistema único de saúde, como a disseminação de doenças infectocontagiosas, como AIDS e hepatite C, e problemas gestacionais. Outro ponto são os problemas sociais relacionados ao giro da droga como o aumento da criminalidade, violência, formação de cracolândias em centros urbanos e o grande sofrimento das famílias que passam pelo drama de ter um membro usuário.         Diante desse, aspecto é preciso que o governo estabeleça como meta o combate a epidemia do crack no Brasil. Por isso é imprescindível que, juntamente com o Ministério da Saúde, desenvolva-se um plano de ação imediato para retirar os usuários das ruas, encaminhando-os para centros de atenção psicossocial (CAPS) e depois promover a internação desses indivíduos em institutos de recuperação, fazendo também parceria com ONGs e grandes empresas que já atuam no combate ao crack. Outra medida importante é o incentivo à promoção, nas secretarias de assistência social dos municípios e estados, do melhor atendimento e orientação às famílias dos usuários que desejam a interdição legal do indivíduo para a realização da internação involuntária nos casos mais graves. Entre outras medias, é imprescindível que o governo, com a ajuda midiática, promova campanhas de conscientização dos perigos do crack e seu potencial destrutivo.