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Enviada em: 17/08/2017

A recente tentativa de desintegração da cracolândia trouxe violência, mas nenhuma solução para o problema. Na epidemia do crack, a criminalização das drogas e a negligência estatal em relação aos usuários solidificam uma política retrógrada, contribuindo, dessa forma, para o crescimento do uso de tóxicos em todo país.     Nesse sentido, o Estado precisa, inicialmente, reconhecer que as drogas são uma questão de saúde pública. A repressão estimula a violência, colabora para má qualidade e adulteração da substância e em nada controla o uso dos narcóticos. Desso modo, a descriminalização das drogas é o primeiro passo para aceitação da questão e traz uma promessa de mudança capaz de conter o uso desenfreado de tóxicos.    Outro ponto fundamental é a ausência de incentivos do Governo para ressocializar os usuários de crack. Não há clínicas bem estruturadas, nem programas de apoio ao dependente, sobra, no entanto, o descaso e a hipocrisia, que não são capazes de conferir reabilitação a essas pessoas. Logo, a omissão estatal não traz qualquer perspectiva de inclusão ou tratamento do usuário de drogas, colaborando, assim, para manutenção da chamada "Era do Crack".      Portanto, nessa perspectiva, apenas uma profunda alteração  no sistema de drogas atual é capaz de frear a disseminação dos narcóticos. Sendo assim, necessária se faz a fixação de uma política de redução de danos com centro de uso controlado de drogas, que reduzam gradativamente seu consumo. Importante também a disponibilização de tratamento gratuito em clínicas especializadas associado ao acompanhamento psicológico posterior afim de evitar a recaída. Soma-se a isso o investimento em educação para capacitação de professores e consequente formação de cidadãos conscientes quanto aos efeitos e implicações do uso de drogas.