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Enviada em: 17/08/2017

Ao ser inalado, o crack inibe a ação de peptídeos que atuam no tecido cerebral como mediadores das sinapses nervosas, ocorre, então, a apoptose e consequente morte dos neurônios. Desse modo, observa-se que, mesmo danoso, o processo fisiológico supracitado é comum na vida de milhares de brasileiros, o que torna o seu controle imprescindível. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como a frágil participação da escola na prevenção de novos usuários e o déficit de unidades públicas de reabilitação.     Em primeira análise, cabe pontuar que a não utilização da escola como protagonista na luta contra a disseminação do crack é uma das causas da persistência do problema. Uma prova de como a instrução é importante para a criação de indivíduos conhecedores das mazelas decorrentes de escolhas infortunas está na frase do filósofo alemão Immanuel Kant, "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". Dessa forma, percebe-se que um dos caminhos para conter a epidemia do entorpecente é ampliar a atuação da escola como agente moral na vida dos cidadãos.     Ademais, convém frisar que a falta de clínicas públicas de reabilitação para dependentes promove o aumento do número de usuários nas ruas. Comprova-se como as opções de ressocialização de narcóticos é ínfima por meio dos dados do Ministério da saúde, segundo os quais o número de centros de reabilitação em todo o país é 102, o mesmo ministério afirma que, em 2013, o número de dependentes nas capitais era de 370 mil. Diante disso, vê-se que a propagação do crack  só será amenizada com a implantação de mais unidades de tratamento.      Em virtude dos fatos mencionados, entende-se que a melhora desse quadro só ocorrerá com a mobilização da população e do Estado. Faz-se necessário que o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, acrescente ao currículo do ensino fundamental uma disciplina que instrua os alunos acerca dos problemas físicos e sociais decorrentes do uso do crack e demais psicotrópicos. Além disso, o espaço escolar deve apresentar mídias visuais, tais como cartazes, que criminalizem o uso de drogas e aqueles que instigam o seu uso. Assim, a influência de terceiros na formação de novos viciados será atenuada. Outrossim, o Ministério do Desenvolvimento Social, aliado à pasta da Saúde, devem promover a criação de novos Centros de Reabilitação em zonas isoladas, de modo que possíveis fugas e retorno ao vício sejam evitadas. Destarte, poder-se-á afirmar que o Brasil oferece os meios necessários à mitigação dessa problemática e a atuação do crack no cérebro restrita aos livros de biologia.