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Enviada em: 26/08/2017

Isolado, dependente e subjugado, essas são algumas expressões que definem a atual situação de diversos brasileiros usuários de crack. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o número de dependentes de crack cresceu consideravelmente, atingindo níveis epidêmicos. Frente a isso, muito se tem discutido sobre os possíveis caminhos para combater essa situação. Há quem defenda que medidas como a lei 7.633/2010 representem a melhor forma de vencer essa luta. Entretanto, uma análise aprofundada da situação, revela que o tratamento médico dos usuários representa a melhor forma de combater essa epidemia e, portanto, deve ser aplicado de forma efetiva.  Adiante, há quem entenda que medidas como a lei 7.633/2010, que autoriza a internação não voluntária de usuários de drogas, representa uma forma eficaz de combate, pois consideram que o usuário não tem consciência de seus atos e de sua situação, sendo assim, precisam de internação obrigatória. Contudo, deve-se levar em consideração os aspectos sociais de tais medidas, visto que, elas transformam as clínicas de tratamento em centros de exclusão para usuários, contribuindo ainda mais para a construção de um cenário de marginalização desse grupo.  Ademais, vale destacar que o crack, por ser ilícito, inclui o usuário em um cenário de extrema violência em que cerca de 30% dos usuários, assim como apontado por dados da UNIFESP, morre em conflitos violentos contra traficantes ou policiais. Assim sendo, medidas de cunho autoritário que visem o tratamento obrigatório aumentariam ainda mais esse processo, visto que, condicionaria o usuário a um cenário de resistência contra a ação policial.  Torna-se evidente portanto, que medidas de cunho autoritário não representam a melhor forma de combatera epidemia de crack no Brasil, sendo necessário investir em medidas que visem o tratamento médico adequado aos utentes. Cabe ao Ministério da saúde aumentar a disponibilidade de médicos nas clínicas e nos hospitais para atender esse grupo, garantindo direito ao tratamento adequado. Conce ás ONGs voltadas para a área da saúde, desenvolver programas que auxiliem na reinclusão social dos ex-usuários, fitando combater os processos de recaída. Além disso, cabe ao Estado investir na construção de instituições com estrutura adequada para o tratamento de dependentes químicos, assegurando assim, o direito à saúde previsto na constituição.