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Enviada em: 26/08/2017

É incontrovertível que a problemática que envolve o uso de crack ultrapassou as barreiras inicialmente restritas ao usuário de entorpecentes. Atualmente a questão está na pauta nacional e, sem dúvida, é um problema complexo de ser combatido. Portanto, é mister que se tenha um olhar global, para lidarmos com aspectos que envolvam usuário, Estado, instituições e a ciência em confluência no combate a essa endemia social.     O crack, diferentemente de outras drogas, é rapidamente absorvido pelo sangue nos pulmões, através de um processo bioquímico chamado hematose. Concomitantemente a droga chega ao cérebro, liberando grande quantidade de neurotransmissores, como serotonina e  noradrenalina que provocam prazer. Contudo, a duração do efeito é curta - poucos segundos - o que leva às novas dosagens, potencializando o ciclo vicioso dos usuários, que em poucos meses de uso chegam a um avançado estado de degradação e desumanidade. Desse modo, os usuários não podem serem tratados como "comuns".     Nesse contexto, o tratamento do usuário de crack muito se assemelha ao de um alcoólatra. Obviamente, guardadas devidas proporções de impacto, o processo de manutenção do vício e tratamento são basicamente os mesmos. Usuários de crack, assim como alcoólatras, não são curados definitivamente, eles apenas alteram suas rotinas para hábitos menos destrutivos, por isso a importância de instituições filantrópicas, religiosas, educacionais e artísticas para criação de novas rotinas que "ocupam" a mente de usuários. A ideia de "mais um dia", dos alcoólicos anônimos sugere, igualmente, a permanecia do vício.    Por outro lado, a presença do estado em medidas de combate ao crack, se mostra ineficaz. Um dos motivos é a visualização do usuário como criminoso - o que é um desafio - porque 40% dos usuários  está em condição de rua, o que os levam a ter constante contato e envolvimento submundo do crime.  De maneira que há de  se diferenciar causas de consequências. Usuários são consequências, erros em políticas públicas são em sua maior parte as causas.    Conforme exposto, vimos a complexidade do combate à endemia de crack no Brasil, contudo medidas podem ser tomadas. Inicialmente, deve-se alinhar a visão governamental através de um plano diretor, que lide o usuário como doente, atuando nas causas do problema, como a educação do país, saúde psicológica da população e prevenção do uso de drogas. Outra ação seria a criação de casas de recuperação estatais que visem a criação de novas rotinas para os usuários, além da internação compulsórias daqueles que perderam suas faculdades mentais. Por fim deve-se editar  leis mais duras de combate ao tráfico de drogas. Ações como essas trarão esperança de um futuro melhor a esses doentes presos no vício do crack e uma nova compreensão no Brasil sobre o como lidar com essas situações.