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Enviada em: 27/08/2017

Movimentos artístico-culturais, como o Hippie dos anos 1950 e 1960, trazem para o Brasil a popularização do uso de drogas, que em um contexto de censura, guerras e ditadura representou uma forma de liberdade. Hodiernamente, no entanto,a relação dos brasileiros com tais substâncias - tendo o crack papel de destaque - evoluiu, trazendo consigo grandes entraves sociais, como a criminalidade, o tráfico e a violência. Dessa forma, é imprescindível combater a epidemia do crack, que só atingiu tais proporções seja pelo descaso governamental,seja pelo modelo de vida adotado no século XXI.       Um dos fatores que corroboram com o número de dependentes químicos é a falta de políticas públicas eficientes nesse setor. O crack, que era associado às classes mais baixa, hoje representa 60% das internações nas mais caras clínicas particulares de reabilitação, segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Não obstante, o número de usuários não é a única grandeza que cresce de forma exponencial; o narcotráfico vem expandindo fronteiras e se aperfeiçoando, enquanto o Estado, mesmo detendo a tecnologia necessária não implementa um sistema eficiente de combate tanto nas fronteira, quanto no interior do país. Desse modo, a população é cada vez mais atingida pela epidemia do crack, tendo em vista a facilidade com que este é obtido.       Outro fator de destaque é o modelo de vida que o capitalismo e as tecnologias nos trouxeram. Com a ascensão do modelo fordista de produção, no século XX,o ócio tornou-se quase um pecado capital, visto que o lucro era o que movia a sociedade e a única forma de obtê-lo era através do trabalho incansável. Assim, se na década de 1950 as drogas foram uma foma de liberdade, hoje são vistas como um escape da alienação e do estresse trazidos pelo século XXI. Consoante com dados da Fundação Oswaldo Cruz, já passa de 370 mil o número de usuário de crack nas capitais do Brasil. Dessa maneira, as consequências do capitalismo alteram os valores humanos, trazendo consigo cada vez mais "cracolândias".       Logo, o crack tende a se alastrar cada vez mais na atual realidade brasileira. Para reverter tal situação, torna-se imperativo que o Estado, na figura do Ministério de Desenvolvimento Social, ofereça auxílio e amparo aos usuário, por meio da Assistência Social e dos Centros de Apoio (e não a internação compulsória, como já foi proposto), bem como o aumento da fiscalização das fronteiras pelas quais a droga chega e dos principais pontos de venda. Ademais, cabe à mídia, como assídua formadora de opinião, divulgar imagens e realidades dos usuários que são ''romantizadas'', a exemplo do estado físico e psicológico após a dependência, o que já se mostrou eficiente na campanha contra o tabagismo. Sob tal perspectiva, a epidemia do crack passará a ser mitigada.