Materiais:
Enviada em: 11/09/2017

Jean Paul Sartre, famoso filósofo, afirmou em uma de suas obras que o homem está condenado a ser livre, ou seja, deve sempre lidar com o peso da consequência de seus atos. Utilizando esse livre arbítrio, muitos acabam escolhendo o uso de drogas, como o crack, em busca de um subterfúgio. Em pouco tempo se tornam reféns da substância, o que já se torna um grave epidemia no Brasil.       O Brasil, segundo dados da Fiocruz, é o maior mercado consumidor de crack, com mais de 350 mil dependentes. Esses números trazem graves problemas ao país, pois grande parte desses usuários são marginalizados, o que intensifica os efeitos da desigualdade social e consequentemente a violência urbana.       Ainda que os problemas sejam grandes, a repressão violenta e a internação compulsória se demonstram ineficazes. Casos como o da cracolândia em São Paulo, evidenciaram sua fragilidade, pois como no mito da Hidra de Lerna, suas cabeças apenas se multiplicam ao serem cortadas. Isso se deve ao fato de que a raiz do problema não se encontra na superfície, mas sim no intrínseco social do país.       De acordo com Carl Hart, psicólogo e psiquiatra, o maior motivo do uso de drogas é a vulnerabilidade social. Isso se comprova nos dados, nos quais demonstram que de todos os dependentes, apenas 2% possuem ensino superior e 80 % são negros provenientes da classe baixa. Portanto, a solução se encontra em resolver os problemas estruturais da desigualdade social e investir no tratamento humanizado dos dependentes.       Diante da situação do país, o Brasil deve encontrar meios de suprimir a epidemia do Crack, ao mesmo tempo em que combate a desigualdade. Para isso, o governo federal poderia adotar a concepção de legalização parcial de alguns países da União Europeia. Isso consiste na venda legalizada das drogas, porém seu uso é feito em salas controladas por profissionais da saúde, o que diminui os riscos de vício e mantém um maior controle sob a situação dos usuários no país.