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Enviada em: 26/09/2017

O que importa é modificá-lo   Toda questão social implica uma necessidade humana. A essência de uma sociedade é o cuidar dos indivíduos. Em virtude disso, a questão do consumo endêmico de crack na sociedade brasileira ainda desafia a inteligência humana e os progressos contemporâneos como fator preocupante, cujo objeto de análise está no meio social. Nessa perspectiva, visando ao combate dessa droga, é imperativo um olhar mais amplo para seus aspectos sociais e antropológicos determinantes.   Primeiramente, a cultura brasileira é brutalizada, falta diplomacia. Nesse contexto, as políticas brasileiras de combate ao crack ainda são demasiadamente coercitivas e, por consequência, ineficien-tes na recuperação de usuários e piores ainda na prevenção do uso desas droga. Isso ocorre, principalmente, porque as autoridades diversas vezes enxergam os consumidores desse entorpecente mais como uma poluição visual do que como indivíduos doentes que precisam de ajuda com urgência. Com efeito, o país ostenta o maior número de usuários de crack do mundo e diversos problemas sociais agravados pelo comércio dessa droga. Portanto, a mudança de mentalidade é essencial.   Outrossim, cabe apontar, em uma perspectiva antropológica, que todas as culturas em seus diversos momentos históricos fizeram e fazem uso de entorpecentes, contudo poucos são os casos com tamanha gravidade para a saúde pública como o representado pelo crack. Sob essa ótica, é imprescindível entender que isso acontece porque essa droga, na verdade, não significa o princípio do problema de vício de seu usuário, mas quase sempre representa o momento mais crítico da situação do viciado, pois é uma substância barata e que suplanta outros vícios. Assim sendo, é possível afirmar que o problema do crack é além de tudo um problema social e precisa de medidas preventivas desde outras drogas.   Convém, portanto, que tal revolução aconteça também na escola e, assim, que o Ministério da Educa-ção, por meio de palestras e debates com profissionais da saúde e com ex-usuários, leve conhecimento sobre o perigo e as mazelas do consumo de drogas, a fim de suplantar a curiosidade dos jovens com a informação e o conhecimento. Ademais, são essenciais medidas efetivas de recuperação dos usuários de crack, o que irá ocorrer com a atuação dos governos municipais na concessão de trabalhos públicos remunerados a esses, com o intuito de dar a eles nova perspectiva de vida, haja vista que tal problema é sobretudo social. Por fim, é dever da sociedade civil já politizada cobrar tais medidas dos agentes supracitados. Pois, como já dissera Karl Marx, "os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo"