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Enviada em: 17/04/2018

" Todo corpo tende a permanecer em seu estado inicial até que uma força mude a sua trajetória". A incontestável frase do físico Issac Newton pode ser usada, por analogia, para retratar um grave problema persistente e praticamente inerte, no Brasil: a pedofilia na internet. Nesse contexto, os agravantes que mantém esse crime de forma estática são o acesso precoce às redes sociais por crianças e o uso indiscriminado da internet por jovens, sem o olhar protetivo de seus responsáveis, bem como a dificuldade em identificar os aliciadores.       Retroagindo na história, encontra-se inúmeros relatos de abusos sexuais com crianças, uma vez que, elas não eram vistas como pessoas puras e infantis, sendo permitido o relacionamento com as mesmas. Todavia, no século XVIII a.C na Mesopotâmia, foi criado o Código de Hamurabi, considerado o primeiro regulamento que protegia os órfãos, as viúvas e as crianças de pais abusadores. De lá para cá, várias modificações ocorreram nas sociedades e, hodiernamente, a Terceira Revolução Industrial trouxe a internet que conectou o mundo e, ao mesmo tempo, tirou a privacidade de muitos lares. Ademais, as crianças e jovens têm o acesso prematuro a essa tecnologia, permitindo que criminosos conheçam seus hábitos e adentrem em suas vidas, praticando crimes sexuais.        Outrossim, a vigilância ineficiente dos responsáveis corrobora para a disseminação de atos de pedofilia pelo mundo. Com efeito, muitos pais não se atentam ou não se interessam pelos conteúdos visitados por seus filhos durante o dia, usando muitas vezes a justificativa de não invasão da privacidade, para se livrarem da culpa. Nesse hiato, o abusador se instala no cotidiano de crianças e adolescentes de forma amigável e sorrateira para, a posteriori, cometerem um crime de difícil resolução para as autoridades competentes.           Destarte, é de extrema relevância que os responsáveis pelos jovens tenham acesso a todo o conteúdo visitado por eles durante o dia, e que efetuem o bloqueio de sites suspeitos. Além disso, é necessário que o Governo junto ao Ministério da Justiça coloquem em prática de forma mais efetiva a Lei 13.441/2017, que permite a infiltração de agentes policiais em operações de pedofilia para que um maior número de criminosos sejam presos. Outrossim, é preciso que políticas públicas acerca do assunto sejam difundidas em escolas, estabelecimentos de saúde e pelos meios de comunicação para que alcance todo o território nacional, a fim de distribuir informações sobre o crime de pedofilia, sobretudo pela internet. Desse modo, a união de todos os segmentos da sociedade serão a força desencadeadora do movimento que tirará os crimes de abusos sexuais infantis do seu estado inerte e constante.