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Enviada em: 03/11/2018

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos - promulgada em 1948 pela ONU (Organização das Nações Unidas), - é direito de todos os cidadãos, sem qualquer distinção, o acesso ao bem-estar social. Contudo, no cenário hodierno, percebe-se insuficiências no exercício de tal direito, principalmente quando sabe-se da decorrência de casos envolvendo pedofilia infantil. Dessa forma, a segurança dos indivíduos na tenra idade encontra-se ameaçada devido ao fácil acesso no ciberespaço atrelado com práticas ilegais como a pornografia infantil.     Primordialmente, convém inferir que a fácil acessibilidade infantil no meio digital contribui à perpetuação do imbróglio. O livro Lolita, escrito pelo autor russo Vladimir Nabokov, retrata naturalmente o romance entre uma criança de 12 anos e um professor universitário. Desse modo, a naturalização fictícia acaba adentrando a realidade e fazendo com que o comportamento, muitas vezes, passe despercebido. Sob esse viés, em decorrência da grande acessibilidade tecnológica que os menores possuem, muitos têm contato com os diversos tipos de conteúdo na rede além de, frequentemente, não possuírem o discernimento necessário sobre como agir no ciberespaço. Destarte, a ação de pedófilos é facilitada e a conjuntura agravada principalmente pela ausência de policiamento dos pais que não procuram saber com quem seus filhos conversam e sobre o que pesquisam.    Ademais, é válido ressaltar o papel crucial da pornografia infantil na ação de vários pedófilos virtuais. É incontrovertível que a maioria dos casos de pedofilia é realizada por homens que cansados de consumir pornografia adulta recorrem à infantil. Nesse contexto, motivados por um prazer doentio, esses homens compartilham fotos, vídeos e mensagens na internet durante a tentativa de coação da criança para que ela se sinta influenciada a satisfazer suas vontades. Dessa maneira, há atuação da violência simbólica - conceito proposto por Pierre Bourdieu em que o indivíduo impõe seu modo de pensar sobre outro, - aproveitando-se, assim, da inocência de muitas crianças e facilitando sua manipulação, fato esse que pode causar traumas nas relações futuras dos menores quando adultos    Portanto, é impreterível a ação de medidas atenuantes sobre o estado inercial da problemática. O Ministério da Educação deve atuar promovendo aulas nas escolas e campanhas publicitárias em sites com grande visibilidade, como Quebrando o Tabu, por meio da disponibilização de material educativo que busquem atingir o público adulto para que possam adquirir conhecimento do impasse e agir no monitoramento de seus filhos. Não obstante, o Poder Judiciário deve desenvolver aplicativos de segurança que sejam instalados nos aparelhos eletrônios dos infantes objetivando, assim, o rastreamento de pessoas mal intencionadas e, por conseguinte, o bem-estar social da tenra idade.