Materiais:
Enviada em: 10/07/2018

Fenômeno recente que tem sido difundido em inúmeras nações pelo seu potencial de aproveitamento em relações interpessoais, as redes sociais revelam, agora, a sua face mais perversa. Isso porque, esse meio, tem se tornado fator coadjuvante de práticas criminosas, entre elas, a pedofilia. Nesse sentido, observa-se a importância de instruir crianças e adolescentes a lidarem com essa tecnologia, de modo que seja possível converter o lado desarmônico dos “chats” e tornar o processo de socialização em rede mais confiável e pacífico.     É preciso considerar, antes de tudo, que a evolução tecnológica tem se intensificado nos últimos anos, fazendo com que os pais e\ou responsáveis pela criança já não conseguem interagir tanto no mesmo meio, fato este que dificulta a fiscalização. Além disso, é notório que as inovações de games e eletrônicos levam as crianças a terem acesso aos equipamentos e a adentrarem nas redes de modo precoce, haja vista que muitas delas não possuem capacidade suficiente para distinguir o certo e o errado e tampouco identificam criminosos, ficando vulneráveis a ação dos pedófilos. Estes, por sua vez, geralmente são homens e atuam por meio de perfis falsos ou com gestos amigáveis e solidários, fazendo jus ao pensamento de Marx: o caminho do mal está pavimentado de boas intenções.                    Em segunda análise, é preciso considerar que, embora reportagens recentes do jornal do globo revelaram que são efetuadas mais de 24 mil denúncias novas por ano há, ainda, na sociedade, a dificuldade das vítimas em denunciar os abusos que estão sofrendo. Dentre os motivos para isso estão o medo que sentem – tendo em vista que o infrator pode manter contato e constantes ameaças- a preocupação dos pais com o fato de estarem expondo seus filhos como vítimas de abusos para todos saberem e a percepção de impunidade que os denunciantes têm após relatarem o trauma vivido pelos filhos. Não à toa, diante das 24 mil denúncias, o jornal ainda menciona que pouco mais de 2 mil abusadores cumprem pena na prisão, confirmando a pouca punição e relevância que é dada ao caso.      Urge, portanto, que a sociedade e instituições públicas cooperem para mitigar o impasse e tornar mais seguro a interação dos jovens em rede. Posto isso, é necessário a atuação familiar, por meio de diálogos e debates, levantando discussões sobre o tema para que os filhos possam ficar mais alertas. Além disso, é dever do responsável monitorar o acesso às redes, limitando o tempo de uso e verificando o que a criança acessa durante o dia. Ademais, deverá, os meios midiáticos, fornecer instruções através de propagandas e cartazes sobre como os pais deverão agir para acompanhar a vida social dos filhos. É imperativo, ainda, que o Ministério Público reforce os termos da Convenção de Budapeste no Brasil, com o fito de condenar aqueles que praticam crimes cibernéticos.