Materiais:
Enviada em: 16/08/2018

No filme “Confiar”, uma garota de 14 anos, após ganhar um computador dos seus pais, conheceu pela internet um rapaz que dizia ter 16 anos, mas, na verdade, era um pedófilo que a violentou com o tempo. Fora da tela, lamentavelmente, a pedofilia na internet é uma realidade social, a qual enfrenta dificultosos caminhos para ser combatida como, em especial, o ideal de impunidade das mídias sociais e a falta de fiscalização da família. Sendo assim, medidas são necessárias para reverter esse torpe quadro de crime virtual.                                                                                                                                        Em primeiro plano, há na internet um sentimento de anonimato por parte dos pedófilos. Isso ocorre, pois acredita-se que na rede não há leis e, assim, pode-se atuar abusando crianças, seja por meio de conversas, compartilhamentos de fotos ou por vídeo chamadas. Entretanto, de modo brilhante, em 2008, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) passou por alterações e teve incluído pontos referentes à proteção das crianças a abusos sexuais na internet. Sendo assim, a sensação de impunidade nas redes sociais é uma corroboradora para os casos de pedofilia.                                              Outrossim, a baixa atuação da família na fiscalização do uso do computador pelas crianças também é um obstáculo. De acordo com o sociólogo Bauman, a modernidade é marcada, principalmente, pela liquidez das relações e pela escassez de tempo. Nessa desafiadora pós-modernidade, encontram-se, no geral, os pais das crianças: trabalham fora, chegam a noite cansados, saem de casa cedo e, quando estão em casa, passam muito tempo no próprio celular, ou seja, vivem num “ciclo da falta de tempo”. Somado a isso, tem a popularização dos computadores e celulares, pós Terceira Revolução Industrial, o que facilita, ainda mais, a atuação desses abusadores. Dessa maneira, com a falta de tempo dos pais e a alta interatividade das crianças com a rede, os jovens são mais facilmente seduzidos por pedófilos e tornam-se vítimas desse crime virtual.                                                                                                                 Fica claro, portanto, que existem pedras no caminho do combate a pedofilia na internet. Para haver uma mudança, é papel das mídias divulgarem, por meio de propaganda engajadas nas redes sociais e televisão, que pedofilia na internet também é crime e que pessoas já foram punidas por isso, para que o sentimento de impunidade social diminua. Ademais, cabe às escolas fazerem semestralmente reuniões temáticas, ministradas por psicólogos e policiais, para os pais acerca da necessidade de fiscalizar, por meio do acompanhamento diário e conselhos preventivos, o que seus filhos fazem na rede com o fito de diminuir o número de vítimas. Assim, casos como o do filme “Confiar” farão parte apenas da ficção.