Materiais:
Enviada em: 24/08/2018

No filme "Confiar", a personagem Anne é vítima de abuso sexual infantil, em decorrência do contato com um pedófilo por redes sociais. Sob tal ótica, essa realidade, mesmo sendo fictícia, assemelha-se ao cotidiano de muitas crianças brasileiras, visto que, devido à negligência familiar e a má fiscalização virtual, os crimes de pedofilia aumentam exponencialmente na internet. Nesse contexto, é necessária a promoção de ações sócio-políticas, com o fito de amortizar tal problema.             Em primeiro plano, cabe pontuar que os pais são uns dos responsáveis pelo desenvolvimento dessa situação conflituosa. Consoante ao pensamento de Talcott Parsons, sociólogo americano, de que a família é uma máquina reprodutora de personalidades, tal problemática acontece, pois os responsáveis pelos infantes, por viverem em um cotidiano acelerado e tumultuado com o trabalho, não instruem e fiscalizam a utilização da internet pelas crianças corretamente. Diante disso, os jovens, em razão da inocência e da falta de conhecimento sobre os cuidados necessários, usam as redes sociais de forma insegura, mantendo contato com desconhecidos, os quais, muitas vezes, praticam atos pedófilos, como o pedido de fotos e encontros sensuais.                Outrossim, a precária fiscalização dos sites fomenta a realização de crimes de pedofilia no meio virtual. Isto ocorre em decorrência das exigências feitas pelas empresas virtuais no processo de criação de perfis nas redes sociais, já que são dados sem muita importância, como e-mail e data de nascimento, quanto ao reconhecimento da real identidade do usuário. Por esse motivo, a criação de contas falsas por pedófilos é facilitada, além de dificultas a ação policial na reconhecença dos criminosos. Por conseguinte, atos bárbaros semelhantes ao ocorrido com a personagem Anne tornam-se comuns na internet, provocando o desenvolvimento de traumas psíquicos nas vítimas.                    É necessário, portanto, que o Ministério da Educação, em parceria com o Estatuto da Criança e do Adolescente, estimule o diálogo familiar e a fiscalização dos pais em relação ao uso da internet pelas crianças, por meio da realização de palestras, debates e atividades lúdicas por psicopedagogos nas escolas, com o intuito de proporcionar uma navegação virtual segura. Ademais, cabe às empresas de comunicação virtual, com o apoio do Executivo, potencializarem a fiscalização das contas virtuais, por intermédio de um processo de criação delas mais rígido, como a exigência do CPF do usuário, a fim de facilitar a identificação de perfis falsos e proteger os jovens da pedofilia.