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Enviada em: 29/10/2018

O sociólogo Durkheim alegava que a consciência coletiva é imprescindível a coesão social. Nessa perspectiva a falta de empatia com o próximo inerente as consternações que dificultam o combate a pedofilia no meio cibernético, interfere nas relações sociais e do bem-estar comum. Isso se deve, sobretudo, a escassez de políticas públicas para enfrentamento dessa realidade, bem como a utilização excessiva da internet pelos indivíduos. Essa circunstância demanda uma atuação mais engajada entre o Estado e as instituições formadoras de opinião, com o fito de superar tais mazelas.        De fato, é indubitável que a questão estatal e sua aplicação contribuam para potencializar o problema. Nesse viés, segundo Aristóteles, o exercício político tem por objetivo promover o bem-estar dos cidadãos. Sob esse prisma, denota-se que a rede de segurança pública não atende, mormente, ao monitoramento e a fiscalização dos casos da violência sexual por via virtual, haja vista não haver a implantação de delegacias de cunho eletrônico pelo País, além de laboratório de informática, os quais investiguem tais delitos com precisão. Por certo a tais fatos, o procurador de justiça criminal Paulo Lima, comprova o déficit de investimentos governamentais nessa área criminal. À vista disso, a ocorrência das agressões não chegam, geralmente, ao conhecimento das autoridades competes, o que favorece a perpetuação da impunidade e a ocultação dos infratores.        Outrossim, de acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a presença da modernidade líquida se dá a partir da fluidez nas relações do cotidiano. Conforme essa premissa, ressalta-se que a existência massiva de famílias desorganizadas está sensivelmente ligada a violência sexual pela web. Essa situação abjeta relaciona-se ao uso excessivo do campo digital, tendo em conta que essa libertinagem associa-se a ausência de diálogos no ambiente intrafamiliar. Nesse ínterim, o Departamento de Homicídios comprova que 60% das crianças e dos adolescentes gastam seu tempo no ciberespaço. Esse impasse estimula a marginalização social desse contingente, o que reitera o desequilíbrio coletivo defendido pela teoria bauniana.        Urge, portanto, que diante da realidade nefasta da pedofilia de natureza "on-line", a necessidade de intervenção se faz imediata. Para tanto, cabe ao poder público, em sinergia com o Ministério da Segurança, elaborar projetos sociais de apoio e proteção a comunidade, por meio de emendas constitucionais, com o escopo de assegurar a implantação de unidades policiais de assistência a esse crime, bem como garantir a inspeção dos infratores com rapidez. Ademais, compete à família, em sinergia com à escola, promover conferências educativas, por intermédio de mesas redondas, no intuito de mitigar o uso exagerado da rede digital. Destarte, a coesão proposta por Durkheim será alcançada.