Materiais:
Enviada em: 01/11/2018

"No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho." Através deste trecho do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade, percebe-se que a sociedade ao longo de seu desenvolvimento encontra obstáculos em sua caminhada.Nesse sentido, a prática da pedofilia em diversos âmbitos vem ganhando novas extensões, e se destaca principalmente no campo virtual. Ato que negligencia a dignidade humana, de forma degradante, consequentemente trazendo danos físicos e simbólicos. Com efeito, evidencia-se a necessidade de trazer o problema à sociedade, viabilizando retirar essa grande pedra do caminho.   Deve-se pontuar, de início, que com os avanços da tecnologia a internet está cada vez mais rápida e  presente na rotina dos indivíduos, e com jovens e crianças não se difere. Somado aos avanços da internet, em alguns casos a desestruturação das famílias, os pais estão cada vez mais longe dos filhos,devido ao excesso de atribuições diárias, assim, o mundo online parece ser o mais seguro e mais fácil para entreter, dessa forma optam por delegar, meios digitais para "tomar conta" das crianças. Tal atitude imprudente, abre caminhos para infratores camuflados em perfis falsos na forma de amigos, que agem no silêncio coletando dados, muitas vezes fornecidos pelas vítimas.   Sabe-se que, a extensão do problema, é apenas a ponta de um iceberg. A desinformação ,omissão familiar, escolar e social em abordar tais temáticas, por ser rotulada como tabu, acaba deixando as vítimas em situação de vulnerabilidade. Uma vez que, a informação se ofertada de modo correto serviria de prevenção e proteção às vítimas. Neste cenário, segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos, 70% dos abusos acontecem dentro de suas residências,em muitos casos ocorre o "Pacto do silêncio", isto é, os algozes utilizam de estratégias de opressão emocional, a fim de que as vítimas sofram caladas e não procurem ajuda. Seguindo essa linha de raciocínio, uma estatística feita pela OMS - Organização Mundial de Saúde - afirma que, apenas 1% das vítimas denunciam seus algozes, o que nos reporta a urgência no combate a essa prática.   Fica evidente por tanto, que a sociedade como um todo deve agir de modo multilateral. A começar pela escola, é necessário a abordagem de temas de cunho social,com campanhas ,e a inserção da educação sexual a fim de ensinar e aguçar a criticidade das crianças mostrando-as como se defender, incentivando a denunciar .Fica à cargo da família, a aproximação e o diálogo com os filhos, além do controle de suas redes sociais, por meio de aplicativos. Ademais, Ongs, voltadas à crianças e adolescentes, oferecerem serviços de apoio psicológico e social, tanto para as famílias e as vítimas. Para que dessa forma, seja possível retirar  essa grande pedra do meio social. É indubitável que, no contexto do século XXI, a internet está cada vez mais presente na vida de todos, e com os menores de idade não é diferente. Por fruto disso, tem-se o risco das crianças sofrerem assédio no mundo digital, um mundo que o anonimato prevalece para os criminosos. De acordo com a quarta Delegacia de Repressão à Pedofilia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 60% das vítimas de pedofilia têm de 7 a 13 anos, algo alarmante, já que, isso mostra como a inocência dos pequenos é o alvo dos pedófilos. Cabe aos pais ajudarem a mudar esse quadro, sabendo-se que as crianças precisam ser acompanhadas no uso da internet e educadas à respeito do que fazer nela, como disso o filósofo e pedagogo, Paulo Freire, "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".