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Enviada em: 01/11/2018

A Constituição Federal de 88 em seu artigo 5º garante o direito a liberdade de expressão mas veda o anonimato. Porém, com a Revolução Digital, é possível fazer amizade através de sites de relacionamento ou redes sociais, sem conhecer a pessoa fisicamente e com possibilidade de omissão da verdadeira identidade. Esse anonimato virtual atua como facilitador para o aumento dos casos de crimes de pedofilia. Com efeito, o diálogo entre família, escola e Estado sobre os caminhos para combater os crimes de pedofilia na internet é medida que se impõe.       Em primeiro plano, é necessário que a família não reproduza o mesmo comportamento dos pais de Annie - filme Confiar -, sendo permissiva frente ao mundo informatizado. O filme traz detalhes de como esses crimes ocorrem e mostra também que os pais da Annie não se preocupam com o tempo que a mesma passa no computador por confiarem na boa estruturação familiar. De maneira análoga, o excesso de confiança e a miopia familiar frente a problemática da pedofilia, abrem espaço para que o agressor penetre na vida da criança ou adolescentes. Estes pedófilos atuam com identidade de pessoas mais novas e de forma que as vítima são facilmente envolvidas. Sendo assim, o controle da exposição dos filhos e a fiscalização dos meios sociais, apresenta-se como um caminho ao combate destes delitos.     Além disso, é cabível enfatizar que, de acordo com Paulo Freire, um seu livro "Pedagogia do Oprimido", a escola tem como objetivo ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo. Sob essa conjuntura, se as crianças forem ensinadas sobre a problemática, há possibilidade de que estas denunciem os agressores caso estes tentem penetrar em seu círculo social. Contudo, a maioria das escolas trata a pedofilia como tabu e algo restrito a educação familiar. Com isso, os educadores não são capacitados a debater com as crianças os limites entre a seguridade e os perigos na internet. Não identificar ou omitir crimes de pedofilia, ao contrário do que se pensa, significa colaborar com o aumento dos casos, o que funciona como um forte empecilho para resolução dessa problemática.       Dessarte, faz-se necessário que sejam adotados caminhos para combater os crimes de pedofilia na internet almejando mitigar os casos e suas consequências posteriores. Cabe ao Estado, disponibilizar incentivos financeiros para as políticas públicas voltadas para o abuso sexual infantil, que atuem no ambiente escolar e setores de saúde, com o objetivo de promover o diálogo entre a família, a escola e uma equipe multiprofissional, e visem prevenir os casos de abuso sexual infantil no âmbito virtual. O diálogo é a melhor e mais eficaz forma de prevenção, se esta for realizada de forma efetiva, os danos causados pela Revolução Digital podem ser amenizados.