Materiais:
Enviada em: 01/11/2018

Na obra literária de Vladimir Nabokov, o protagonista confessa sua obsessiva atração por Lolita, uma criança de 12 anos. Fora dos livros, a pedofilia, caracterizada pelo estímulo sexual por crianças pré-púberes, encontrou, na Internet, o lugar propício para sua expansão. Nesse contexto, na maioria dos casos, crianças e pré-adolescentes sentem dificuldades em perceber que estão sendo vítimas desse crime. Diante dessa realidade, convém se analisar os caminhos para combater tal ação delituosa.    É importante ressaltar, antes de tudo, que a Internet trouxe benefícios para o mundo, revolucionando os meios de comunicação. No entanto, juntamente com esta revolução, ascenderam os crimes cibernéticos relacionados a pedofilia. Segundo dados da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), o número de casos que começam ou são cometidos com o auxílio da Internet aumentou em torno de 50%, entre os anos de 2016 e 2017.    Ligado a isso, a divulgação do material pornográfico pela Internet envolvendo crianças e adolescentes tornou-se a principal arma dos criminosos, devido ao amplo número de canais de comunicação. Casos como, por exemplo, o Tiny American Gilrs (pequenas meninas americanas), envolvendo uma coleção de fotos de poses pornográficas de meninas nuas entre 10 e 12 anos de idade, são evidências disso. Ademais, a facilidade que algumas crianças e pré-adolescentes têm em sua residência, com webcam e internet disponíveis 24 horas por dia, contribui para à ação dos criminosos, que criam perfis falsos e usam linguagem simples para se aproximarem das suas vítimas.     Mediante os fatos expostos, torna-se indubitável que os pais e responsáveis fiscalizem por onde seus filhos navegam na internet. Outrossim, faz-se necessário que o Governo, em parceria com o Ministério da Justiça, dentro do marco civil, implante medidas legislativas que punam com maior rigor os web pedófilos, adotando o pagamento de multas e prisões inafiançáveis, além de dobrar as penas e oferecer, no período de exclusão desses criminosos, tratamentos com psicólogos. Paralelo a isso, a Mídia e as escolas, juntas, devem criar e intensificar a divulgação de cartilhas sobre pedofilia na internet, em busca de orientar crianças e pré-adolescentes sobre como identificar, se proteger e responder às tentativas desse crime. Ações essas que, iniciadas no presente, poderão ser capazes de modificar o futuro de toda sociedade.