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Enviada em: 02/11/2018

O surgimento da internet na década de 1960 significou a abertura de uma gama de possibilidades para o desenvolvimento humano em escala global. A ubiquidade dessa tecnologia nos dias atuais, porém, faz com que ela também seja utilizada para fins pouco nobres, como a proliferação de conteúdo sexual impróprio de crianças e adolescentes. Nesse sentido, com o recrudescimento das redes sociais que facilita a realização dos pedófilos de suas fantasias sexuais pela comercialização de pornografia infantil, aliada a irresponsabilidade dos familiares em banalizar a fiscalização de conteúdos frequentados por seus filhos, faz-se necessária a atuação conjunta entre Estado e família para combater esses crimes.   Em primeira instância, a velocidade das informações trouxe a inquietação em coordenar as atividades ligadas ao mundo digital, principalmente em se tratar de anonimato, haja vista que o pedófilo ao entrar em redes sociais utiliza de linguagem simples e atrativas às crianças. Assim, o descaso do poder público vai de encontro ao proposto pelo filósofo antigo Aristóteles, o qual afirma que o exercício político tem por objetivo promover o bem-estar dos cidadãos. Pois, sem o monitoramento adequado para casos de abusos sexuais virtuais associado a falta de fiscalização específica de crimes cibernéticos por parte da Polícia Federal, facilita a disseminação do comércio lucrativo de pornografia infantil e o surgimento de perfis "fakes" os quais constantemente acessam páginas com conteúdo sexual infantil.    Somado a isso, os familiares que pouco dão a assistência necessária aos filhos não se atentam aos conteúdos visitados ou com quem se comunicam. Logo, corrobora dados da revista Época os quais asseguram que 60% das crianças brasileiras de 7 a 12 anos utilizam rede social, mesmo com as restrições de faixa etária estabelecidas, o que os tornam vulneráveis a diversos tipos de abusos sexuais. Dessarte, o despreparo familiar em alertar crianças a não fornecer dados pessoais, conversar com estranhos ou enviar fotos possibilita o crescimento da pedofilia nas redes sociais.     Portanto, é perceptível que a tecnologia é um meio propiciador da pedofilia virtual a qual não recebe a devida atenção e fiscalização necessária. Sendo assim, é imprescindível que o Governo Federal instale delegacias especializadas em crimes virtuais, com agentes treinados para a inspeção dos infratores com rapidez, a fim de fiscalizar, identificar e punir delitos que usam do anonimato para atrair crianças visando abusar ou divulgar pornografias infantis. Além disso, ONG's como a Safernet aliada ao Ministério de Segurança promovam a distribuição de cartilhas e campanhas que visem alertar pais da importância da fiscalização de redes sociais das crianças e adolescentes, e da instrução de como agir nessas situações, com o intuito de atentar para os riscos de pedófilos ludibriarem e cometerem alguma espécie de abuso sexual. Somente assim, a sociedade reduzirá a pedofilia virtual de forma eficaz.