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Enviada em: 02/11/2018

"Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra". Através desse trecho do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade, um dos mais influentes da literatura brasileira do século XX, depreende-se que a sociedade ao longo de seu desenvolvimento encontra obstáculos. Sob esse aspecto, convém avaliar as possíveis causas dos crimes de pedofilia na internet, para então, buscar caminhos a fim de combatê-las.       Em uma primeira análise, é ingênuo pensar que crianças e adolescentes tem sua rotina e, tampouco, seus acessos às tecnologias de informação monitorados pela Família. Diante da rotina atribulada a qual o sistema capitalista impõe-nos a exercer, é fato que o tempo se torna escasso e então, atitudes cruciais no tangível ao desenvolvimentos das crianças e dos adolescentes deixam de ser tomadas pelos pais, e então, lamentavelmente, estes se tornam vulneráveis à pedofilia no ambiente virtual. Além disso, não há dúvidas de que a falta de uma educação digital nas escolas mediante a conscientização das situações perigosas e de casos reais acontecidos contribui para o agravamento do caso.       Em uma segunda análise, é indispensável salientar que a falta de uma lei específica para o crime cibernético de pedofilia traduz um sentimento de impunidade aos transgressores, dando-os segurança para a prática ilegal. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever da Família, da Sociedade e do Estado assegurar proteção a esse grupo contra toda forma de negligência, exploração e crueldade. Todavia, o que se observa é um número crescente de vítimas, majoritariamente composto por meninas de 7 a 13 anos, as quais provavelmente serão marcadas psicologicamente e fisicamente por conta do infortúnio pelo resto de suas vidas. Logo, é evidente o descaso das autoridades na atuação na prevenção desse crime e asseguramento dos Direitos destacados.       Infere-se, portanto, que o problema se mostra como uma grande pedra a ser removida do caminho em direção ao progresso social. Logo, cabe à Família a responsabilidade de monitorar e promover uma educação digital mediante a imposição de limites e conscientização do acesso às mais diversas mídias sociais, como Facebook e sites de relacionamento, os principais vilões por exporem dados pessoais. Assim, com um trabalho minucioso e com o empenho dos familiares, será possível minimizar os impactos dessa problemática no corpo social como um todo. Reafirmando o supracitado, segundo Paulo Freire, "se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."