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Enviada em: 01/11/2018

Lolita, clássico literário de Vladimir Nabokov, apresenta a íntima relação entre Humbert, um homem de meia idade, e Dolores, uma menina de apenas 12 anos. Verifica-se que, mesmo com toda romantização e lirismo usado pelo autor - que escreveu a história por meio das perspectivas do homem - o livro demonstra um sério caso de pedofilia. Desse modo, apesar de ser uma obra de 1955, a temática permanece extremamente atual, visto que os casos de pedofilia no Brasil são cada vez mais comuns e a problemática se tornou ainda mais grave com o advento da internet.       Em primeiro âmbito, vale ressaltar que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pedofilia é considerada doença, em que o indivíduo possui transtorno psicológico, por desejar sexualmente crianças e adolescentes, e necessita de tratamento adequado. Dessa forma, com a popularização da internet e a falta de instruções acerca desse meio, o contato entre vítima e doente tornou-se muito mais fácil, dado que mensagens são trocadas em tempo real e informações e fotos verdadeiras podem ser ocultadas, havendo maiores chances de ocorrer abusos físicos.       Em segundo plano, estima-se que houve um crescimento de 50% no número de casos de pedofilia via internet apenas no Rio de Janeiro, em 2017, de acordo com a delegada Daniela Terra. Nesse sentido, esse dado é reflexo de uma atual cultura de “exaltação das novinhas”, que é perpetuada por meio de músicas, como os funks, e, sobretudo, das redes sociais, visto que ocorre intensa sensualização e erotização de adolescentes, principalmente meninas, por meio de fotos e vídeos, que são capazes de atingir milhões de pessoas e influenciar negativamente diversos abusadores.