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Enviada em: 03/11/2018

Pieter Bruegel, pintor renascentista, ignorou a estática ao pintar sua obra, "O Massacre dos Inocentes", que retrata a infeliz perseguição à infância, ordenada pelo rei Herodes e representada por um cenário caótico de desespero e covardia. Esta obra parece dialogar com a sociedade brasileira hodierna no que tange a vulnerabilidade massacrante à qual estão submetidas as crianças frente às redes sociais no país devido à atuação de pedófilos, que, apesar de utilizarem armas diferentes, causam danos semelhantes. Dessarte, emergem como principais desafios desse roteiro, o baixo número de moderadores de conteúdo, bem como a disseminação de discursos de ódio na internet, que marginalizam aqueles que lutam contra os nefastos desejos provocados pela doença.   Precipuamente, a quantidade de moderadores de conteúdo,necessários para filtrar postagens inadequadas nas redes, tem uma atuação quase inexpressiva frente ao exacerbado número de postagens denunciadas. Atrela-se ao exposto, o pedido de desculpas, por falhas de moderação do idealizador do Facebook, Marck Zuckerberg, divulgado pelo jornal Terra, que informou, ainda, que, apesar de possuir dois bilhões de usuários, a empresa conta com apenas 7500 pessoas nessa função. Estes dados causam alarde frente à existência do mercado de conteúdos pedosssexuais e "newsgroups" de pessoas que se identificam por possuírem o transtorno que às faz sentir atração por um mancebo, revelando um total descaso com o assunto.  Outrossim,, o discurso iletrado, sem fundamentos científicos e radical que cresce no submundo da internet, estigmatiza casos de pessoas, realmente, doentes psicologicamente, funcionando como um catalizador de delitos. Ademais, em conformidade com a OMS(Organização Mundial da Saúde), o desejo sexual por crianças que ainda não atingiram a puberdade, configura uma doença. Todavia, o não reconhecimento deste fato, bem como o tratamento estigmatizante que generaliza a doença, pode levar, aqueles acometidos pelo desarranjo, à negação de sua condição e da busca por tratamento por medo de represálias da sociedade, o que acaba abrindo um alçapão para a criminalidade, que, no que diz respeito à pedofilia, seguiu a teoria darwiniana e adaptou-se ao terreno das redes sociais. Urge, portanto, que o combate à pedofilia na "web" seja prioridade do Estado.  Nesse sentido, deve haver a criação de uma secretaria treinada e especializada em identificar, através de algoritmos de usuários, comportamentos suspeitos, que devem ser banidos de tais redes, o que pode ser feito através de parcerias público-privada entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações, com as empresas idealizadoras de aplicativos e sites interativos, fornecendo à essas auxílio em investigações, garantindo às crianças a liberdade prometida no artigo quinto da Constituição.