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Enviada em: 02/11/2018

’'Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, cegos que veem, cegos que vendo, não veem’’. O excerto do livro ‘’Ensaio sobre a Cegueira’’ de José Saramago critica uma sociedade invisual. Analogamente, tal obra se assemelha ao cenário contemporâneo, visto que o corpo social é inobservante sobre os caminhos para combater os crimes de pedofilia na internet, fruto do descaso governamental e da negligência parental.     A princípio, a falha de atuação estatal promove subterfúgios ao quadro vigente. Nesse sentido, Rosseau afirma o papel do Estado em garantias sociais. Entretanto, o frágil investimento em investigação criminal impulsiona a atuação dos pedófilos com programas que evitam a identificação pela polícia. Além disso, se infiltram nas redes sociais e jogos  virtuais para conquistar a confiança de crianças com uma linguagem de fácil entendimento e persuasiva. Sendo assim, infelizmente, a falta de atuação do Poder Público inviabiliza eficazes caminhos nesse combate.    Não obstante, a falta de supervisionamento dos pais corrobora na invisibilidade da questão. Mormente, os responsáveis, na conjuntura capitalista, passam mais tempo no trabalho do que orientando os filhos, na qual corrobora em autonomia tecnológica. Ademais, a sociedade, então, por tender a incorporar estruturas sociais as quais são impostas à sua realidade, conforme o sociólogo Bordieu, naturalizou e reproduziu essa imatura inclusão digital ao longo do tempo. Destarte, é indubitável que a fragilidade infantil receba influência desse contexto.    Torna-se evidente, portanto, que o fator precisa de maior notabilidade. Logo, o Tribunal de Contas da União deve destinar capital que por intermédio da Perícia de Informática, será revertido em uso de softwares para o detecção de pornografia infantil, por meio de um mapeamento das regiões com maior índice desse crime. Essa medida terá infiltração de investigadores em restritos de bate-papos, e caso percebam a atuação do pedófilo, devem criar uma operação a fim de prender o acusado. Dessa forma, como proferia Saramago ‘’Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara''