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Enviada em: 03/11/2018

Na obra literária "Lolita", o romancista russo-americano Vladimir Nobokov narra a história de Humbert e sua parafilia, manifestada no desejo sexual por uma menina de 12 anos. Hodiernamente, tal qual na peça ficcional, os casos de pedofilia no Brasil são, infelizmente, recorrentes e, com o advento da internet, tornaram-se mais fáceis de serem perpetrados e mais difíceis de serem investigados. Nesse sentido, uma discussão sobre os meios de coibir essa prática nefasta, é medida que se impõe.       Em primeiro plano, os pedófilos escondem-se no anonimato da rede para aliciar crianças, fazendo uso de discursos sedutores e manipuladores. Visto que os infantes ainda estão em período de formação do senso de perigo e nem sempre estão sob a tutela dos pais, tornando-se, assim, presas fáceis para os criminosos. A partir disso, de acordo com a organização Childhood Brasil, a melhor forma de se combater esses crimes sexuais ainda é a prevenção, valendo-se do ensino sobre sexualidade desde cedo para que a própria criança tenha discernimento quando, eventualmente, acabe em uma situação de risco. Essa premissa é, portanto, condizente com a célebre fala do ativista Nelson Mandela de que a educação é a arma mais poderosa de todas.       Ademais, os molestadores utilizam-se de informações e imagens publicadas, por vezes, pelos próprios familiares das vítimas. Dessa maneira, os responsáveis podem contribuir para algo que combatem, ao ceder meios para esses criminosos chegarem aos pequenos. Além disso, muitas fotos inocentemente postadas "on-line", podem acabar servindo à perversão sexual desses desequilibrados. Há de se considerar que, embora existam várias entidades para a proteção dos menores - como o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Polícia Federal - o cuidado com a exposição exagerada das crianças em meios digitais é uma das maneiras mais seguras de proteção.       Urge, portanto, que todos os segmentos da sociedade unam-se com o fito de combater a pedofilia na internet. Para isso, cumpre ao cidadão a denúncia nas delegacias de Polícia Civil em casos de suspeita e, ao mesmo tempo, falar sobre o assunto para que deixe ser um tabu. Ao Estado, por sua vez, é pertinente a aplicação rigorosa das leis existentes, bem como uma constante modernização das legislações para acompanhar a evolução desses delitos. Ainda mais, ao Ministério da Educação cabe a criação de campanhas publicitárias para orientar as crianças sobre proteção no ambiente virtual e aos pais sobre os riscos de expor seus filhos nas mídias sociais.