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Enviada em: 03/11/2018

A obra naturalista ‘’O Cortiço, do escritor Aluísio de Azevedo, retrata a Pombinha, uma menina dócil e inocente, que foi abusada pela prostituta Léone. Análogo a isso, milhares de ‘’Pombinhas’’, no Brasil, são aliciadas, principalmente, no ambiente virtual em que a rápida comunicação nas redes sociais facilita a atuação de pedófilos. De fato, a pedofilia é uma afronta à dignidade humana.        Nessa perspectiva, a falsa sensação de anonimato promovida pela internet contribui para o aumento dos casos de pedofilia. Conforme o poeta Ivan Teorilang, ‘’a impunidade é um incentivo contundente para a prática do crime’’. Nessa lógica, muitos usuários criam perfis falsos na certeza de que não serão punidos e nem descobertos, assim passam a iludir, elogiar e conquistar a confiança das crianças para elas enviarem fotos e vídeos de nudez ou mesmo marcarem encontros. De acordo com os dados da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), os casos de pedofilia com o auxílio da internet, em 2017, cresceram 50% no Rio de Janeiro. Dessa forma, enquanto a impunidade prevalecer, essa violência repugnante vai sobrepor no mundo virtual.        Ademais, a ausência do grupo familiar torna as crianças suscetíveis à ação de pedófilos. A falta de tempo, característica do mundo moderno, ocasiona um distanciamento da vida pessoal do filho com os pais. Por conseguinte, a ausência de controle e diálogo colaboram para que as crianças fiquem horas navegando na internet, o que as tornam presas fáceis nas mãos dos pedófilos. Como resultado, a criança sofre calada suas angústias e aflições, dificultando a ajuda dos pais para reverter a situação.Logo, é necessário que a família seja participativa e dedique um tempo maior para conversas.       Combater, portanto, essa violência requer desafios. Para isso, as escolas devem realizar palestras e reuniões em grupos, entre professores, psicólogos, alunos e pais, para alertar os pais ou responsáveis a fiscalizarem as ações das crianças na internet e debaterem as consequências da pedofilia, a fim de atenuar o número desses casos. Outrossim, cabe às redes sociais, como Facebook e Twitter, a criação de plataformas de monitoramento para averiguar se o conteúdo das conversas possui materiais relacionados à pedofilia e, consequentemente, bloquear o usuário, com o intuito de dificultar a ação desses criminosos. Dessa forma, várias ‘’Pombinhas’’ terão um destino diferente.