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Enviada em: 03/11/2018

A pedofilia não é um problema exclusivo da contemporaneidade: em 1973, o caso da menina Araceli assombrou o país. Decorreu que, após dias desaparecida, seu corpo foi encontrado em uma mata na cidade de Vitória/ES. A investigação concluiu que a criança foi raptada, drogada, estuprada e teve seu corpo desfigurado por ácido. Infelizmente, a pedofilia persiste nos dias atuais e tem na internet o seu principal meio de propagação, devido não só ao acesso irrestrito das crianças à rede, mas também à impunidade da lei. Nesse sentido, subterfúgios devem ser encontrados para resolver a problemática.    Indubitavelmente, a superficialidade encontrada relações sociais e familiares- descrita pelo sociólogo Zygmunt Bauman no livro "Modernidade Líquida"- é uma das marcantes características do século XXI. Com isso, depreende-se a uma situação comum do cotidiano em que as crianças tem livre acesso à internet, sobretudo, às redes sociais, e, devido ao não acompanhamento dos pais, tornam-se alvos fáceis para  o ataque dos pedófilos. Paralelamente, a socióloga Graça Gadelha diz que o abuso sexual no Brasil não possui classe social, portanto, é imprescindível que todos os responsáveis, sem quaisquer distinções, adotem medidas a fim de resguardar as crianças desse tipo de crime.     Faz-se mister, ainda, salientar a impunidade como impulsionador do problema. Consoante ao sociólogo alemão Dahrendorf no livro "A Lei e a Ordem", a anomia é uma condição social onde as normas regulamentadoras do comportamento das pessoas perderam sua validade. De maneira análoga, a anomia assemelha-se ao atual cenário brasileiro, à medida que o baixo índice de resolução dos casos de pedofilia estimula a perpetuação da prática. Concomitantemente a isso, segundo o jurista italiano Cesare Beccaria, "A certeza de um castigo, mesmo moderado, causará sempre impressão mais intensa que o temor de outro mais severo, aliado à esperança de impunidade.” Por conseguinte, infere-se que a aplicação da lei deve ser aperfeiçoada para que haja uma redução nos casos de assédio.      Destarte, medidas são indispensáveis para a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Dessa maneira, urge que o Ministério da Justiça realize campanhas durante o ano todo, por meio dos veículos de mídia- internet, jornais e tv- que informem aos pais a respeito da importância de manter uma conversa aberta com os filhos, tendo controle sobre o conteúdo acessado na internet, bem como a observância nas mudanças de comportamento. Assim sendo, espera-se que os crimes de pedofilia diminuam e, consequentemente, se tenha uma sociedade mais segura, na qual casos como o da menina Araceli não se repitam.