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Enviada em: 30/10/2017

A internet possibilitou uma ampliação das possibilidades de relações interpessoais, as quais, como diria Zygmunt Bauman, se tornaram fluidas por serem mais facilmente formadas com o contraponto de serem mais frágeis. Esse mar de possibilidades contém, obscurecida, uma vil realidade em que a pedofilia se disseminou, e isso é fruto de uma sociedade machista respaldada no anonimato da rede informacional.     Em relação a tal preconceito, a sociedade é historicamente preconceituosa. A mulher é identificada como um objeto para  a satisfação dos desejos dos homens, e sua sensualidade "justificaria" possíveis abusos. É esse pensamento o  que revela os resultados de uma pesquisa do IPEA, na qual mais de 50% dos homens defenderam a culpabilidade da vítima quando vestidas com roupas vulgares. Infelizmente, tal objetificação é refletida na pedofilia: 80% das vítimas são meninas. Destarte, há uma perpetuação de uma mentalidade cruel através da coação de mancebas, atacadas até na vida adulta meramente por serem mulheres.      Outrossim, o anonimato permitido pelas redes informacionais facilitaram a difusão dos abusos. Nelas, é possível criar perfis falsos para coagir vítimas sem que saibam a real identidade da contraparte com quem falam. Por conseguinte, os pedófilos tornaram-se panópticos, pautados em suas veladas identidades para poderem observar e escolher suas vítimas sem serem reconhecidos. Há, basicamente, uma transposição de um modelo de prisão cuja vigilância dos presos é transposta à realidade.       Para contornar esse vil cenário, o Ministério da Justiça pode criar orgãos específicos para acatar denúncias de abusos ocorridos por meio da internet bem como criar uma vigilância constante contra possíveis abusadores, analisando e relacionando perfis suspeitos para identificar trangressores. Além disso, o Ministério da Educação deve reformar o ensino médio criando a disciplina "civilidade" nas escolas , com aulas sobre gênero e diversidade, no sentido de incutir nos o alunos o respeito às mulheres e evitar abusos contra elas.