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Enviada em: 28/01/2018

A pedofilia é um tipo de crime desafiador para as autoridades. Uma vez oculto sob o anonimato da internet nos sites de bate-papo, criptografia dos aplicativos e na inocência das vítimas, seu combate é difícil. Além disso, algumas características conservadoras da nossa sociedade prejudicam a comunicação com os mais jovens, dificultando sua orientação nas redes sociais. O diálogo é a porta de informação capaz de proteger crianças e adolescentes da ação de pedófilos.       Primeiramente, o anonimato é uma premissa para atuação dos criminosos. Escondidos sob apelidos e perfis falsos, os pedófilos podem apresentar para suas vítimas uma identidade familiar e atrativa. Uma vez que, na maioria das vezes, não é necessária a validação de um cadastro prévio, mecanismos automáticos de bloqueio de perfis falsos são pouco efetivos. Cada pessoa pode ter a idade e as características que desejar. Ademais, alguns aplicativos populares - como o WhatsApp - têm históricos comprometedores na colaboração com as autoridades em nome da privacidade dos usuários, prejudicando a identificação de criminosos.       Sem dúvida, a orientação dos jovens quanto ao comportamento na internet é primordial para evitar sua exposição à pedofilia. De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 60% das vítimas têm entre 7 e 13 anos de idade. A tabu de muitas famílias em tratar de assuntos referentes a sexo e relacionamentos pode inibir o diálogo necessário e reforçar os vínculos de confiança com o jovem, o que os fragiliza diante da atuação dos pedófilos. Estes tendem a ser dóceis e receptivos em sua aproximação, muitas vezes próximos às vítimas.       Percebe-se, portanto, que sociedade precisa aprofundar as discussões referentes ao tema. As delegacias de polícia, câmaras de vereadores e as escolas devem manter ciclos de palestras para orientar as famílias. Vencer o tabu protegerá e abrirá mais espaço para que jovens se sintam mais seguros para denunciar a abordagem de criminosos, que - uma vez expostos às autoridades - serão responsabilizados conforme a lei.