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Enviada em: 19/04/2018

O Brasil enfrenta, na atualidade, uma conjuntura econômica desfavorável,materializando, cada vez mais, o "fantasma" da fome, o que torna imprescindível buscar meios que garantam a soberania alimentar do pais. A problemática dessa questão está na falta de planejamento político a longo prazo, que marginaliza a população mais vulnerável, como está marcado no trecho do livro de Graciliano Ramos, Vidas Secas: "chorou, mas estava invisível, ninguém percebeu o choro".       Nesse contexto, a erradicação da pobreza extrema e da fome é o primeiro objetivo das ' 8 Metas do Milênio" que deveria ter sido cumprido atá dois mil e quinze, mas está longe de ser alcançado, já que há oitocentos milhões de pessoas famintas no mundo.O Brasil foi um dos poucos países que alcançou essa meta e em 2014 saiu do mapa da fome, quando menos de cinco porcento da população estava em situação de vulnerabilidade extrema.Contudo,o desenvolvimento conquistado na década passada estava alicerçado no aumento do poder de compra, em que os brasileiros tiveram acesso a bens de consumo, mas não a serviços públicos de qualidade, como a educação. Isso não da sustentabilidade as conquistas, o que torne os indivíduos pobres vulneráveis as épocas de crise, como a atual, em que o Governo arrecada menos e, por isso, investe menos em programas sociais.Pior: os 12,6%, é responsável por recolocar milhares de brasileiros a baixo da linha de pobreza.       Ademais, contradizendo a teoria Malthusiana, a população duplicou enquanto a produção alimentar triplicou, o que revela que o problema não está na capacidade produtiva, mas na distribuição. Nessa perspectiva, o agronegócio,que possui um poderoso "lobby" no Brasil, apesar de gerar empregos, é um dos grande responsáveis pela marginalização dos pequenos produtores e ,principalmente, nos países subdesenvolvidos, direciona significativa parte da produção pra a exportação, contribuindo para a manutenção dos bolsões de pobreza. Paralelamente a isso, cresce no país a obesidade, o que parece um paradoxo é na realidade dois lados de uma mesma "moeda", que está relacionado com a carência de nutrientes extremamente necessários para o desenvolvimento físico e intelectual, sobretudo,das crianças.Assim, a ideia polêmica do prefeito Doria de incluir uma farinata ,rica em carboidratos, nas merendas escolares, representa um retrocesso na significação do alimento, que não é apenas uma necessidade biológica, mas integrar a questão da dignidade humana.         Diante disso é fundamental " enxergar" esse Brasil faminto e tratar com primazia a questão da segurança alimentar. Um passo para isso seria subsídio a agricultura familiar para que ela possa abastecer as demandas locais, como as escolas,hospitais e restaurantes populares.E imprescindível que o Governo invista na educação de áreas vulneráveis para interromper esse ciclo de pobreza.