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Enviada em: 07/05/2018

O trinômio da fome             A espécie humana está evoluindo, porém é necessário aprimorar o entendimento sobre a utilização dos recursos naturais. O agronegócio brasileiro está alicerçado no latifúndio, favorecendo a manutenção de problemas como a fome. Os latifúndios potencializam o uso de agrotóxicos, enfraquecendo a agricultura familiar e orgânica. Nos mercados locais e nos grandes centros urbanos, o desperdício de alimentos impera, devido à pouca conscientização quanto ao reaproveitamento das sobras.            Seria ingenuidade pensar que o agronegócio brasileiro foi construído sobre bases democráticas, buscando a erradicação da fome ou mesmo sua prevenção. O agronegócio foi materializado sobre o latifúndio, sendo alimentado ou drenado por um terceiro fator chamado mercado, que investe ao mesmo tempo que impõe tarifas abusivas, condicionando os produtores apenas ao lucro. Esse trinômio ainda conta com o apoio da indústria dos agrotóxicos, que movimenta 7,1 bilhões de dólares todo ano, segundo dados da Associação Nacional de Defesa de Vegetal (Andef).              A agricultura familiar e orgânica é um agente de mudanças contra o avanço desse trinômio. Segundo o relatório Estado da Agricultura e Alimentação (SOFA) esse tipo de agricultura produz 80% dos alimentos no mundo. Contudo, as pesquisas apontam que o mercado não incentiva essa prática, pois não gera o lucro imediato do agronegócio, latifúndio e agrotóxicos. Dessa maneira, as famílias não têm recursos para investir em tecnologia e encontram alternativa apenas em mercados locais e de grandes centros urbanos, que não são muito adeptos do reaproveitamento, retroalimentando a presença da fome.            Portanto, para caminhar rumo a um futuro sem fome, deve-se: implementar tecnologia na agricultura familiar e orgânica, garantindo subsídios e capacitação, através de políticas que inovem o setor; difundir o reaproveitamento das sobras, por meio de campanhas nas prefeituras. Dessa maneira, o trinômio da fome será superado.