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Enviada em: 18/06/2018

"Vidas Secas", uma obra literária entre várias outras que retrataram a miséria, a fome e as dificuldades enfrentadas pelo povo desde o século XIX no Brasil. Hoje, anos depois, o cenário dessa história ainda é uma realidade, devido a redução das verbas destinadas a programas sociais e os altos índices de desemprego, fatores determinantes para a continuação e transgressão da questão supracitada. Diante disso, mais de 6 milhões de brasileiros estão em condição de subalimentação, o que torna-se passíveis de discussão a criação de programas de segurança alimentar.       No segundo semestre de 2017 o Brasil foi afetado por uma recessão econômica, e como consequência, o governo cortou gastos públicos sendo os setores sociais que atendiam as minorias os mais afetados. Essa problemática ficou evidente com o elevado índice de desemprego que aumentou exponencialmente o número de pessoas em situação de desnutrição. Desse modo, há uma antítese na realidade, exposta na alusão feita pelo sociólogo Roberto Da Matta aos contrastes da produção de alimentos no Brasil: enquanto o país bate, anualmente, recordes de safras que são destinadas ao mercado externo, milhões de brasileiros ainda passam fome. Dessa forma, nota-se que o governo é negligente com a parcela da sociedade que mais precisa de apoio social.        Nota-se, também, o papel fundamental da desigualdade social para a atual situação de fome no país. Nessa esfera, segundo a teoria malthusiana, a quantidade de alimentos não seria suficiente para suprir as necessidades mundiais. Todavia, sabe-se que o problema não consiste na quantidade, mas sim na equidade, visto que as disparidades regionais refletem uma distribuição injusta de alimentos no Brasil. Assim, apesar de programas sociais, como o Fome Zero, o Nordeste, por exemplo, possui 17% das crianças passando fome, de acordo com o IBGE. Logo, a asseguração alimentar e nutricional está intimamente ligada ao sucesso de uma boa administração dos recursos públicos.     Torna-se evidente, portanto, que a fome no Brasil tem relação direta com a administração política e suas estratégias falhas empregadas na gestão do país. Por isso, cabe ao Ministério da Justiça junto ao  Direitos Humanos a defesa da segurança alimentar e do desenvolvimento social frente ao Poder Executivo, realizando debates nas reuniões, cobrando o respeito à Constituição e propondo alternativas para o corte orçamentários, para que desse modo as garantias do Brasil real sejam respeitadas. Quanto à sociedade, cabe a solidariedade, principalmente por meio de campanhas de doações, em parceria com a mídia e com as inúmeras ONGs espalhadas pelo País. Só assim acabaremos com um problema que, ainda no século XXI, mata pessoas diariamente.