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Enviada em: 31/05/2018

Funcionando conforme a primeira lei de Newton, lei da inércia, a qual afirma que um corpo tende a permanecer no seu movimento até que forças atuem sobre ele modificando seu percurso, a fome é um problema que persiste no Brasil, especialmente nas camadas mais pobres. Com isso, ao invés de funcionarem como forças capazes de modificar o percurso de tal problemática, a situação econômica e medidas governamentais acabam contribuindo para manutenção da mesma.         Nesse sentido, a atual recessão econômica do Brasil possibilita a permanência dessa mazela social. Observa-se, então, o aumento da taxa de desemprego com redução da renda, principalmente dos setores sociais desprivilegiados, e do poder de compra dos brasileiros, levando à dificuldade na aquisição de alimentos, sobretudo os de qualidade, como frutas e verduras, normalmente mais caros. Com reflexo disso, tem-se a diminuição da segurança alimentar e nutricional nacional, garantidas pela Constituição Federal, tornando inviável a mudança da fome da persistência à extinção.         Além disso, decisões políticas de austeridade econômica podem agravar tal realidade. Prova disso é grande corte (97%) recente no orçamento do Fundo Nacional de Assistência Social, que impacta na redução de programas sociais promotores da igualdade e da diminuição da insegurança alimentar, como o Bolsa Família. Cabe ressaltar, ainda, a problemática da concentração fundiária no Brasil, incentivada por setores políticos, como a bancada ruralista, o que contribui para redução da produção de alimentos na agricultura familiar, produtora de 70% dos alimentos consumidos no país, e, assim, para a manutenção da fome.        Diante disso, a fome, no Brasil, relaciona-se à questões econômicas e políticas, fazendo-se necessário para seu combate a redução da taxa de desemprego por meio da concessão de créditos para as empresas e da criação de programas para o primeiro emprego, promovidas pelo Governo Federal, a fim de propiciar o desenvolvimento econômico e aumentar a renda dos brasileiros. É precisa, ainda, a ampliação dos programas sociais através da elevação dos orçamentos dos fundos de assistência social pelo Poder Público, a fim de reduzir as desigualdades e a insegurança alimentar. Assim, obtêm-se as forças para mudar o percurso da fome.