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Enviada em: 27/06/2018

O Mapa da Fome é um estudo estatístico utilizado pela Food and Agriculture Organization (FAO) para medir o estado da fome no mundo. Para isso, vale-se de um índice que varia de zero a cem pontos. Se a pontuação de um país cai abaixo de cinco, diz-se que ele "saiu" do mapa. Isso aconteceu com o Brasil em 2014, graças à redução dos níveis de subnutrição.       Porém, alguns fatores ameaçam colocar o Brasil de volta nesse mapa. O primeiro e mais importante deles é a crise econômica que se abateu sobre o país em meados de 2014. Nos dois anos seguintes, o PIB brasileiro caiu 7,2%. Como consequência da recessão, os índices de desemprego cresceram. No último ano, 12,7% da população economicamente ativa esteve desempregada, segundo dados do IBGE.       Por outro lado, a crise prejudicou também a arrecadação tributária do governo. Segundo dados oficiais, três dos últimos quatro anos foram de queda na arrecadação. Por isso, diante das limitações orçamentárias, o poder público reduziu os recursos destinados a diversos projetos que ajudaram a retirar o Brasil do Mapa da Fome. Entre eles, o Programa Cisternas e o Programa de Aquisição de Alimentos.       Sendo assim, o primeiro caminho para evitar que o país retorne ao mapa é a imediata revisão do orçamento. O Poder Executivo Federal, responsável pela proposta de lei orçamentária, necessita com urgência rever suas prioridades: por exemplo, deslocando verbas usadas no pagamento da dívida pública para os projetos com potencial de combate à fome. Entre esses projetos estão o Bolsa Família e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.       Por outro lado, é indispensável que o país retome o caminho do crescimento econômico, de maneira a reduzir o desemprego. Para isso, é salutar que o Banco Central mantenha a taxa de juros básica da economia nos patamares atuais (6,5%), pois o crédito barato é um incentivo ao desenvolvimento. E menos desemprego significa mais comida na mesa.