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Enviada em: 31/07/2018

Faminto de justiça     Sabe-se que o direito à alimentação é assegurado pela Constituição Federal brasileira e, portanto, deveria alcançar todos os cidadãos. Entretanto, essa teórica equidade permanece no papel, uma vez que o país transparece um retrocesso no que refere-se à erradicação da fome em seu território. Nesse contexto, é fundamental analisar as causas e efeitos de tal empasse para a sociedade.     Em primeiro plano, nota-se poucas políticas públicas para se prevenir esse regresso nacional. O diretor geral da ONU afirmou, em 2017, que existe a possibilidade de o Brasil voltar para o Mapa da Fome, de onde saiu recentemente no ano de 2014. Nesse sentido, é preciso, antes de mais nada, diminuir a concentração de renda, visto que é o principal fator contribuinte para o crescimento das desigualdades sociais, as quais geram desempregos, baixa renda, impossibilidade de sustentar a família, em síntese, produzem fome e miséria. Sendo assim, é fundamental que o Estado mantenha em prioridade de metas o investimento social.     Em segundo plano, vale ressaltar que tal déficit nutricional é no país uma adversidade regional e antiga. O escritor brasileiro do século XX, Euclides da Cunha, em seu livro "Os Sertões" disse: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte". Essa célebre frase evidencia os sofrimentos, por conta da seca, fome e pobreza cotidiana, dos nordestinos. Hoje, infelizmente, esse cenário dificultoso persiste, sobretudo, nessa área, devido à negligência governamental de décadas sobre esses sobreviventes. Sob essa ótica, é de total importância concentrar esforços no combate de tais problemas causados tanto por fenômenos naturais quanto aos de ordem antrópica.     Fica evidente, portanto, que a promoção da isonomia será efetiva se adotarmos medidas que evite e amenize tal empasse. Por conseguinte, cabe ao Ministério da Justiça e Cidadania desenvolver mais programas sociais, como o Bolsa Família, que ajudem financeiramente as classes mais pobres, visando diminuir casos de pobreza extrema e, ainda, deve aperfeiçoar os projetos já existentes deslocando maiores investimentos estatais nos locais onde a fome predomina, tendo por foco o Nordeste. Em consonância, a mídia, junto à ONGs, instituições públicas e religiosas, podem criar campanhas, veiculadas na internet e televisão, que estimulem a solidariedade do povo, por meio do incentivo à doações de alimentos ou cestas básicas para as famílias carentes próximas. Assim, os direitos garantidos pela Constituição serão plenamente exercidos.