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Enviada em: 07/10/2018

Brasil, o maior país em território e diversidade gastronômica, é aquele que abarca, também, a maior contradição: a precária disponibilidade de alimentos para os tupiniquins. Diante disso, o ex integrante do mapa da fome, corre o risco de ocupar novamente esse temido posto. Nesse sentido, torna-se passível de discussão, hoje, os meios socioeconômicos e logístico-agrícolas de prevenção à esse cenário.        Em primeira instância, é incontrovertível que a fome é um produto da desigualdade. Isso porque o alimento, hoje, é um bem comercial. Assim, o acesso a esse é medido pelo poder de compra dos brasileiros. Ocorre que, no país no qual cerca de 25,5% dos habitantes vivem na linha da pobreza, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, alimentar-se é um privilégio. Logo, na medida que as disparidades financeiras forem um empecilho à nutrição, a fome estará intrínseca à nossa realidade.        Igualmente, destaca-se a conturbada integração entre zona rural e urbana brasileiras. Nessa conjuntura, muitos alimentos perecem no transporte do campo ao consumidor final, sendo essa a maior causa do desperdício, avaliada em um terço dos alimentos pela Organização da Onu pela Alimentação e Agricultura. Sendo assim, é latente que as condições adequadas de manuseio e carregamento sejam satisfeitas para que a comida chegue ao prato da população.        Em virtude do supracitado, é crucial que a disponibilidade de alimentos seja para todos, e os desperdícios sejam minimizados. Para tal, cabe ao Governo Federal auxiliar assistir as classes menos abastadas, por meio da ampliação de programas que visam a partilha da riqueza nacional, como é o caso do Bolsa Família, para que, desse modo, a necessidade básica de nutrição seja democratizada. Ademais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária deve implementar diretrizes mais rígidas aos procedimentos logísticos de segmentos alimentícios perecíveis, como os de hortifrúti, com o fito de mitigar as perdas no trajeto. Destarte, o mapa da fome ficará restrito ao passado da nação.