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Enviada em: 18/10/2018

Desde 1981, no dia 16 de outubro comemora-se o Dia Mundial da Alimentação, uma data cujo objetivo é conscientizar o público sobre assuntos relativos à alimentação e à nutrição. Entretanto, de acordo o Mapa da Fome, elaborado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), ainda existem milhares de pessoas que sofrem com a fome. Nesse contexto, o Brasil destaca-se por ter saído do mapa em 2014, porém, a permanente desigualdade na distribuição da renda e o agravamento da crise econômica têm contribuído para a reversão dos resultados.       Primeiramente, é relevante destacar que a pobreza sempre esteve presente no cenário brasileiro. No final do século XIX, o processo de abolição da escravidão ocasionou um intenso êxodo rural por parte da população de libertos, o que devido à falta de infraestrutura das cidades provocou a acentuação da pobreza e da fome no país. Essa condição só se alterou no início dos anos 2000, quando o governo passou a investir massivamente em políticas econômicas e em programas de proteção social, como o Fome Zero, medidas que de acordo com a Organização das Nações Unidas reduziram em 82% a fome, a desnutrição e a subalimentação entre 2002 e 2013.        Contudo, apesar dessa redução ter permitido que o Brasil deixasse o Mapa da Fome, com o advento da crise econômica de 2014 esse progresso foi ameaçado. De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - em 2016 aproximadamente 13,4 milhões de pessoas viviam em condição de pobreza extrema no país, ou seja, cerca de 6,5% do total populacional, o que em 2014 correspondia a 3,5%. Isso se dá, pois, com a crise milhares de brasileiros ficaram desempregados. Além disso, uma das medidas adotadas pelo governo para contornar a situação foi o corte de verbas direcionadas aos programas públicos, como o Bolsa Família, o que prejudicou àqueles que dependiam do benefício.         Portanto, para evitar que o Brasil volte ao Mapa da Fome é preciso que as políticas de promoção da segurança alimentar sejam associadas ao processo de inclusão social.  Desse modo, o Ministério do Desenvolvimento Social  deve repensar os programas públicos, através da reformulação das antigas iniciativas, como o Fome Zero e o Bolsa Família, do fornecimento de terras cultiváveis e da incrementação da fiscalização, a fim de satisfazer às necessidades básicas e evitar irregularidades no sistema. Ademais, o Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho e do Emprego devem proporcionar oportunidades, por meio da implantação de cursos técnicos e profissionalizantes, com o objetivo de qualificar os trabalhadores, de modo a permitir uma ascensão laboral, e movimentar a economia local.